Os mais de 600 docentes de todo o Brasil, presentes no 39º Congresso do ANDES-SN em São Paulo (SP), debateram exaustivamente a conjuntura internacional e nacional e o papel do movimento docente frente à situação atual durante a tarde desta terça (4). A Plenária do Tema 1: Conjuntura e Movimento Docente encerrou o primeiro dia de discussões do evento, instância máxima de deliberação do Sindicato Nacional.

A plenária teve início com a apresentação de nove textos previamente enviados ao Caderno de Textos. Cada contribuição teve dez minutos de intervenção. Em seguida, foram abertas as inscrições para os delegados e os observadores. Houve mais de 80 docentes interessados em falar.

Muitos assuntos pautaram o amplo debate realizado, como forma de preparar as resoluções que serão debatidas nos próximos dias do 39º Congresso. Na Plenária do Tema 1 não há deliberações, apenas debates. Além de uma análise da conjuntura internacional, que passou pelas crescentes lutas dos trabalhadores e movimentos sociais de países como Chile, Equador e França, também houve intervenções sobre questões nacionais.

Entre os temas debatidos, não sem divergências e defesas apaixonadas, estiveram a possibilidade de construção de uma Greve Geral para o ano de 2020, a manutenção do ANDES-SN dentro da CSP-Conlutas, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a caracterização acerca do quão regressivo é o governo de Jair Bolsonaro.

As políticas educacionais do governo, como o Future-Se, o Escola Sem Partido e a intervenção na Autonomia Universitária foram citadas frequentemente para demonstrar as mazelas trazidas por Bolsonaro à educação pública. Assim como se debateu o balanço da construção da unidade da luta durante o ano de 2019, em especial nas manifestações de rua em defesa da educação.

Avaliação

Celeste Pereira, presidente da ADUFPel-SSind, lembra que o ANDES-SN indicou, ainda em 2019, a realização de assembleias gerais para deflagrar o Estado de Greve, já preparando a mobilização para o ano de 2020. A ADUFPel-SSind foi uma das muitas Seções Sindicais do ANDES-SN a aprovar a construção do Estado de Greve.

“O debate apontou a necessidade de nos organizarmos para fazer o enfrentamento necessário contra os ataques que a educação vem sofrendo. A perspectiva da construção da Greve Geral da Educação que é o nosso espaço de resistência e luta para evitar o sucateamento ainda maior da educação pública brasileira”, afirmou Celeste.

Quarta-feira

O 39º Congresso do ANDES-SN tem como tema central é “Por liberdades democráticas, autonomia universitária e em defesa da educação pública e gratuita” e é sediado pela Universidade de São Paulo (USP).

Na quarta-feira (5), durante todo o dia, serão realizados os Grupos de Trabalho (GTs), nos quais os docentes podem debater de maneira mais aprofundada sobre temas como o Plano de Lutas e questões organizativas.

Assessoria ADUFPel