Representantes do comando local de greve dos docentes e técnico-administrativos ao lado dos estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizaram na tarde desta quinta-feira (3) um ato público na sede da Governadoria do Estado, em Natal, com intuito de pressionar o governador do Estado, Robinson Faria, para que este enviasse para a Assembleia Legislativa (AL) a minuta do projeto de lei que garante o realinhamento salarial das categorias.

Como resultado da pressão da manifestação, os servidores, em greve há mais de 100 dias, conquistaram uma audiência com o Governo do Estado e foram recebidos pela Chefa de Gabinete, Tatiana Mendes Cunha. Ao longo da reunião, os segmentos da Uern buscaram informações acerca da minuta do projeto de lei produzida pelo Governo, que garante o realinhamento salarial das categorias e que deveria ter sido enviada à Assembleia Legislativa na última semana. A Chefa de Gabinete explicou que o Governo fez uma consulta jurídica e que agora aguarda um parecer técnico. 

De acordo com a Associação dos Docentes da Uern - Seção Sindical do ANDES (Aduern-SSind.) a informação dada por Tatiana contradiz o que foi divulgado pelo Governo do Estado e pela assessoria de comunicação da universidade na última semana. Ambos haviam apontado que o Consultor-Geral do Estado e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) já haviam dado seu aval positivo à minuta, o que não aconteceu ainda.

Na próxima quinta-feira (10), os segmentos da universidade participarão de uma audiência com o Consultor do Estado, o Secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, o Promotor da Educação, Raimundo Caio, e o reitor da universidade.  O encontro tem como objetivo agilizar o parecer do TCE e garantir que o acordo com o Governo possa ser firmado o quanto antes, a fim de acelerar o cumprimento do acordo firmado com as categorias e, dessa forma, garantir o fim da paralisação dos servidores. Nesse dia, as três categorias da universidade realizarão também um novo ato público na sede da Governadoria, protestando contra a falta de resolução para uma das maiores greves da história da instituição. 

Reivindicações

A Uern está com as suas atividades paralisadas desde o dia 25 de maio. Os docentes da instituição reivindicam um realinhamento salarial de 12, 053% que garantirá a implementação do Plano de Cargos e Salários (PCR) da categoria, além da realização imediata de concurso público e de uma série de melhorias estruturais nos campi da universidade.

Na última semana, o Governo do Estado divulgou oficialmente a informação de que havia encontrado uma forma legal para cumprir o acordo firmado com os servidores. A proposta, porém, ainda não foi apresentada de forma concreta para os docentes, que aguardam a documentação necessária para avaliarem o teor da proposição.

*Edição de ANDES-SN

*Foto: Aduern-SSind