Docentes fortalecem mobilização para pressionar abertura de negociação com o governo
Marcha dos SPF à Brasília, ato “Abre as contas, Reitor” e mobilização
nas redes sociais marcam semana de 3 a 7 de agosto dos docentes federais em
greve
A falta de compromisso do governo federal com a Educação Pública tem
sido evidenciada, ao longo dos mais de 2 meses de greve dos docentes federais,
pela falta de avanço nas negociações entre o Fórum dos Servidores Públicos
Federais, do qual o ANDES-SN faz parte, e a Secretaria de Relações
do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) – que
insiste em pautar o reajuste de 21,3%, parcelado em quatro anos -, e,
principalmente, pela ausência de diálogo entre o movimento docente em greve e o
Ministro da Educação, que, até o momento não compareceu a nenhuma reunião com o
Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional. As reuniões, realizadas, até o
momento, com o secretário da Sesu/MEC, responde por escrito à pauta dos
docentes, mas não atendem a nenhuma das reivindicações da greve, enquanto isso,
a Educação é novamente atingida por cortes no orçamento, agora da ordem de R$ 1
bilhão.
No dia 31 de julho, o ANDES-SN e o Sindicato Nacional dos Servidores
Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe)
protocolaram, mais uma vez, no MEC um ofício solicitando reunião com o Ministro
da Educação, Renato Janine Ribeiro, reafirmando a disposição de ambas entidades
no avanço das negociações, visto que até o momento não houve resposta efetiva à
pauta específica das categorias.
Leônidas de Santana Marques, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal),
conta que a rodada de assembleias gerais, realizadas pelas seções sindicais do
ANDES-SN, entre os dias 24 e 31 de julho avaliaram a conjuntura atual da greve
dos docentes nas instituições federais de ensino (IFE) e a contraproposta de
reajuste linear de 19,7% em uma única parcela para 2016, elaborada a partir de
um estudo realizado pelo Fórum dos SPF. “Até o momento, foram realizadas várias
assembleias gerais das 41 seções sindicais em greve. A maioria já sinalizou
positivamente em relação à contraproposta elaborada pelo Fórum dos SPF, mas
reafirmaram os demais índices da pauta específica da categoria docente. Isso
mostra que os docentes estão dispostos ao diálogo e querem negociar”,
afirma.
Docentes intensificam atividades de mobilização de 3 a 7 de agosto
Entre os dias 3 e 7 de agosto, os docentes federais em greve irão
realizar uma série de atividades como forma de ampliar as mobilizações e
fortalecer a organização da categoria para pressionar o governo pela efetiva
negociação da pauta específica e da pauta geral. Uma das mobilizações da qual
os docentes irão participar será a Marcha dos SPF, em Brasília, no dia 6 de
agosto. “Nesse dia, vamos ampliar a pressão sobre o governo, para transformar
essa pressão a favor das nossas pautas. A greve tem sido noticiada
cotidianamente, e para nós, isso é um indicativo de que a sociedade começa a
perceber a centralidade da nossa luta” diz Marques. Nesse dia, o Fórum dos SPF,
do qual o ANDES-SN faz parte, exigirá uma nova reunião com a Secretaria de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Além disso, de acordo com o Comunicado Especial do Comando Nacional de
Greve, os docentes devem intensificar a investigação sobre os impactos dos
cortes de recursos nas Instituições Federais de Ensino, exigindo a “abertura de
contas” por parte das reitorias. A recomendação é de que os docentes construam
atividades nas IFE (“Abre as contas, Reitor(a)”), também no dia 6 de agosto,
para cobrar a abertura das contas e a publicização dos impactos dos cortes no
funcionamento das atividades acadêmicas. Os atos devem ser realizados junto aos
estudantes e técnico-administrativos nos prédios das reitorias.
“Por um lado, existe um discurso da maior parte das administrações
centrais das Reitorias que amenizam as consequências dos cortes, dizendo que
não estão afetando o cotidiano das universidades; por outro lado, nós,
trabalhadores, temos visto estrangulamento nos setores essenciais que
determinam o funcionamento dessas instituições. Por isso, os reitores precisam
superar a superficialidade e mostrar, de fato, como os cortes têm prejudicado
as universidades. Com isso, conseguiremos, construir uma ampla campanha, mais
fundamentada e mais propositiva, para frear os cortes”, finaliza o docente.
O comunicado aponta ainda a importância de massificar o envio de e-mails
(“Chuva de emails”), entre os dias 5 e 6 de agosto, ao Ministro da Educação
(email: gabinetedoministro@mec.gov.br) como forma de pressioná-lo a dar
respostas às reivindicações dos docentes e ampliar o uso, através das redes
sociais, das hashtags #dialogajanine# e/ou #falasériojanine.
Fonte: ANDES-SN
Foto: ANDES-SN