Docentes paranaenses paralisam atividades contra projeto de previdência
Os docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e da Universidade Estadual de Londrina (UEL) realizaram uma paralisação na terça-feira (14) contra a proposta do governo estadual de modificações na previdência dos servidores. Os docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Uepg) realizarão paralisação na quinta-feira (16).
As mudanças na previdência já haviam sido responsáveis pela greve das
universidades estaduais e de muitas outras categorias do funcionalismo público
estadual do Paraná, que ocorreu nos meses de fevereiro e março desse ano. O
recuo do governo em retirar R$8 bilhões da previdência para suprir problemas
financeiros foi um dos pontos fundamentais, à época, para o fim das greves.
No entanto, o governo estadual apresentou na última semana à Assembleia
Legislativa uma nova proposta de modificação na previdência. Ao invés de
retirar os R$8 bilhões de uma só vez, Beto Richa quer sacar R$ 140 milhões
mensalmente. Para tal, o governo propõe que 33 mil servidores públicos
estaduais aposentados deixem de receber diretamente do caixa do estado para
ganharem seus proventos a partir do próprio fundo previdenciário.
Na prática, a medida, se aprovada, transfere dinheiro dos aposentados
para o caixa do governo – diminuindo o fundo previdenciário daqueles servidores
que ainda não se aposentaram e que, no momento, é superavitário. Não há
qualquer contrapartida do estado ao fundo prevista no projeto de Beto Richa. Há
ainda a proposta de criação de um fundo de pensão, aos moldes do Funpresp, para
os novos servidores estaduais.
Mary Falcão, 2ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, afirma que, ao
contrário do acordado ao final da greve, o governo estadual não convidou os
professores universitários a discutir as modificações. Além disso, segundo ela,
o governo não quer aceitar as divergências colocadas pelas seções sindicais do
ANDES-SN.
“Com essa proposta, o governo vai diminuir a vida útil do fundo e não
vai investir mais dinheiro na previdência. Queremos saber de onde vai sair o
dinheiro para um aporte”, afirma a docente. Segundo Mary, no sábado (18) haverá
reunião dos docentes das universidades estaduais para discutir a mobilização
contra o projeto, e será debatida, inclusive, a possibilidade de construção de
uma nova greve nas universidades estaduais paranaenses.
Fonte: ANDES-SN