Em decisão histórica, Conselho Universitário da UFRGS aprova destituição gestão interventora
Em sessão histórica autoconvocada, realizada nesta sexta-feira (01), o Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aprovou o parecer da Comissão Especial, que indica a destituição do reitor e da vice-reitora interventores. Foram 60 votos favoráveis, dois contrários e três abstenções.
A decisão será encaminhada ao Ministério da Educação, para que dê procedimento ao ato de destituição. O reitor interventor, Carlos Bulhões, e a vice-reitora interventora, Patrícia Pranke, foram nomeados arbitrariamente pelo governo de Jair Bolsonaro, em setembro de 2020.
“Depois de mais de 3 anos de luta, finalmente, nós logramos, pela segunda vez, um processo de destituição. Esperamos que desta vez o MEC respeite a autonomia da UFRGS e respeite o desejo da nossa comunidade, expresso nos votos de 60 conselheiros e conselheiras nesta manhã e que, finalmente, esta universidade se livre do autoritarismo e incompetência. Que as grades que os interventores colocaram para cercar a reitoria sejam eliminadas e que nossa vida na universidade volte à normalidade. Fora Patrícia! Fora Bulhões! Fora interventores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul!", afirma Maria Ceci Araujo Misoczky, 2ª vice-presidenta da Regional Rio Grande do Sul do ANDES Sindicato Nacional.
O presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, lembra que a decisão do Consun da UFRGS contra a intervenção veio na mesma semana em que a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara de Deputados aprovou o projeto que revoga a lista tríplice. “O ANDES-SN, desde a base na Federal do Rio Grande do Sul e em outras tantas instituições de ensino pelo Brasil, aponta que não mais toleraremos qualquer forma de intervenção em nossas universidades. Autonomia é fundamental. O processo de seleção de dirigentes deve começar e terminar nas instituições de ensino superior. Só a luta muda a vida!”, celebra Seferian.
Fonte: ANDES-SN
Fotos: ANDES/UFRGS SSind