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Em meio a cortes na educação federal, Kroton lucra R$ 455 mi em três meses

Enquanto a educação pública, tanto federal quanto estadual, sofre com a falta de verbas - que impossibilita a manutenção das atividades de ensino, pesquisa e extensão - os grandes grupos econômicos do setor de educação, conhecidos como “tubarões do ensino”, mantêm lucros exorbitantes. Apenas no primeiro trimestre de 2015, o Grupo Kroton, que tem quase 60% dos seus alunos presenciais matriculados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) mantido pelo governo federal, apresentou lucro líquido de R$ 455 milhões, de acordo com informações divulgadas recentemente por diversos veículos de comunicação. 


O Kroton foi fundado em 1966, em Belo Horizonte, a partir do Colégio Pitágoras. Em seguida, começou a incorporar outras empresas do setor – entre as mais conhecidas estão a Anhanguera e a Unopar – tornando-se a maior empresa de ensino superior do mundo por capitalização de mercado no ano passado. 

Desde o início desta década, o Kroton foi impulsionado pela política educacional do governo federal, que prioriza o investimento de dinheiro público em educação privada. Entre 2010 e 2014, o governo repassou mais de R$ 30 bilhões para os tubarões do ensino por meio do Fies, e o Kroton é o maior beneficiário. Para simples comparação, o orçamento anual de investimentos em todas as Instituições Federais de Ensino (Ife) somadas não ultrapassou os R$ 2,59 bilhões em 2014. E, em 2015, sofreu corte de 47%, segundo informação divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.  “Os cortes no orçamento e o ajuste fiscal promovido pelo governo só tiveram impacto para as políticas sociais, o que demonstra que a suposta falta de dinheiro é, na verdade, uma opção política do governo”, ressalta Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN.


O presidente do Sindicato Nacional reforça ainda que o governo vem ampliando e financiando cada vez mais a participação das empresas do setor de educação na oferta do ensino superior, com expressivo aumento no repasse de verbas públicas nos últimos anos para as instituições privadas, sem a preocupação da qualidade do ensino ofertado. “Isso demonstra qual o sentido do lema “Pátria Educadora”: a desconstrução do ensino público de qualidade em detrimento da educação cada vez mais privatizada, voltada aos interesses do capital”, destaca.



Portas abertas apenas para os empresários

Enquanto o Ministério da Educação (MEC) não se dispõe a negociar efetivamente com docentes e técnico-administrativos da educação federal em greve, abre suas portas aos grandes empresários do setor da educação. Segundo informações divulgadas pela imprensa, apenas entre janeiro e fevereiro, durante a gestão de Cid Gomes, o Big 6 (como é conhecido o grupo de empresários da educação que congrega Kroton, Estácio, Anima, Ser Educacional, Laureate e DeVry) foi recebido sete vezes no MEC. Já Renato Janine Ribeiro, atual ministro, consultou o Big 6 antes de anunciar novas mudanças no Fies, em 8 de junho, que representaram a valorização de 9% dos papeis do Kroton na bolsa de valores. 

*Com informações de Istoé Dinheiro e Valor Econômico.


Fonte: ANDES-SN

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