O Grupo de Trabalho de Política Educacional da ADUFPel promoveu, nesta quinta-feira (3), uma roda de conversa sobre "O trabalho docente no pós-greve", partindo do questionamento: “Você está satisfeito com o seu trabalho?”.

Docentes de unidades acadêmicas diversas e aposentados/as participaram do diálogo, no qual foram mencionadas, em seus relatos, questões como: apatia de estudantes e cansaço em relação à sobrecarga de trabalho por conta dos semestres encurtados; a presença, cada vez mais intensa, do trabalho remoto na UFPel, principalmente por conta do Programa de Gestão e Desempenho (PGD), mas também em outras atividades, que contribui para o esvaziamento; individualização das ações e dificuldades de construir coletivos de trabalho e de debate. 

Relacionado a isso, compartilharam que está acentuado um adoecimento da comunidade universitária e há dificuldades em dar conta dos conteúdos por diversas razões. 

O Ensino a Distância (EaD) também foi bastante assinalado, bem como o avanço da forma de organização da educação superior das instituições privadas de ensino dentro das públicas, tanto por meio dos trabalhadores quanto por estudantes que, segundo a diretora da entidade e coordenadora do GTPE, Valdelaine Mendes, “acabam naturalizando um modo de trabalho rebaixado, superficial e sem qualidade”.  

“A EaD expressa um pouco isso, por isso conversamos muito no grupo o quanto é frágil e complexo esse modelo de formação. Mauch [presidente da ADUFPel] e eu, que estivemos em Brasília recentemente, em reuniões do ANDES-SN, ouvimos muito de colegas de todo o país sobre a adoção de 40% de EaD nos cursos presenciais e o quanto isso tem sido prejudicial para a formação. É, também, uma forma de tornar mais econômicos os processos formativos e gastar menos com educação”, contou a diretora. 

Assessoria de Imprensa ADUFPel

Foto: Assessoria de Imprensa ADUFPel