No dia de ontem (19), estudantes do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ocuparam a Reitoria da instituição. Embora o curso venha enfrentando diversos problemas, a principal motivação deste ato foi a falta de professores: são apenas sete para 120 alunos. A ocupação completou 24 horas nessa manhã.

Os alunos Paulo Danielci, Natália Ocácia, Renê Neto e Agnes Cunha, que integram o Centro Acadêmico do curso,  conversaram com a ADUFPel e explicaram a situação que enfrentam. “Nossa principal pauta é a falta de professores e de planejamento do curso, que é a alegação que o nosso reitor [Mauro Del Pino] tem. Ele diz que o curso não foi criado na gestão dele e que não foi planejado. Até o fim de 2014 era para ter, no mínimo, 14 professores, e temos a metade disso”, dizem.

Os estudantes também pedem Técnico-Administrativos em Educação (TAE), já que eles poderiam supervisionar estágios e aliviar os professores desta função. A Reitoria, no entanto, abriu edital para a contratação dos servidores sem contemplar o curso de Terapia Ocupacional. “Que requisitos eles usam para definir que curso precisa mais de TAE?”, indagam. Por conta dessa situação, os discentes do quinto semestre estão sem estágio. Já os do terceiro estão sem três disciplinas, sendo uma delas requisito obrigatório para a prática. A Reitoria propôs que os estudantes cumprissem apenas 50% do estágio, sem necessidade de repor o restante. Os alunos não aceitaram.

Por enquanto, não houve diálogo com a administração da UFPel, pois ela pede a saída dos ocupantes para conversar. “No momento em que há ocupação, há a quebra de diálogo. Assim que os alunos saírem, o Reitor está disponível para conversar”, afirma Silvana de Araújo Moreira, responsável pela Coordenação de Comunicação Social da UFPel.

Os estudantes receberam, às 16h17, um mandado de reintegração de posse do gabinete da Reitoria, que deverá ser cumprido no prazo de 24h. Até o momento, os estudantes não foram recebidos pelo reitor para a discussão da pauta de reivindicações. De acordo com alunos que integram o Centro Acadêmico do curso, foram realizadas tentativas de entrega das pautas, porém o reitor se nega a recebê-los enquanto o local estiver ocupado.

Hoje de tarde acontece uma reunião entre Reitoria, diretoria e professores do curso de Terapia Ocupacional para conversar sobre as demandas.Os estudantes já protocolaram no Ministério Público Federal uma denúncia sobre as condições do curso. 

A ADUFPel apoia a ocupação e reafirma que a Reitoria precisa se posicionar frente à precarização da instituição, dialogando sempre com toda a comunidade acadêmica. "Devemos expressar nosso apoio à causa dos estudantes, pois isto corrobora a decisão da nossa penúltima Assembleia Geral, que reivindicou a suspensão do calendário acadêmico por falta de condições de ensino, em decorrência dos cortes orçamentários, falta de professores e técnicos e a greve dos TAE em andamento", diz Henrique Mendonça, diretor da seção sindical.

Na ocupação, aqueles que ali estão são unânimes em afirmar: “Vamos continuar firmes!”.

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Assessoria ADUFPel

Foto: Assessoria ADUFPel