Familiares de estudantes tem quase 50% mais chance de pegar Covid-19
A Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, nos Estados Unidos, concluiu, em pesquisa, que familiares de estudantes que frequentam aulas presenciais em período integral têm de 30% a 47% mais chance de pegar Covid-19. Ainda, segundo o levantamento, professores que trabalham presencialmente também estão mais propensos a contrair o vírus.
Em relação a alunos que estudam em horário parcial, os dados demonstram que há uma redução do risco, embora a possibilidade de um parente que vive com a criança se contaminar ainda ser 21% maior em comparação a estudantes que estão em ensino remoto.
Apesar de não concentrar os estudos em docentes e outros trabalhadores da educação, a pesquisa revelou que eles têm um risco 80% maior de serem contaminados. Para estes profissionais do ensino, a chance acaba sendo até mesmo maior que para trabalhadores da saúde (70%) e de escritórios (60%).
O estudo científico foi realizado com 2,1 milhões de pessoas nos Estados Unidos e publicado na revista Science no dia 29 de abril. A pesquisa foi aplicada via Facebook, em parceria com a Carnegie Mellon University, e os dados foram coletados em dois períodos: de 24 de novembro a 23 de dezembro de 2020 e de 11 de janeiro a 10 de fevereiro de 2021, entre estudantes da pré-escola ao ensino médio.
Estudo aponta como vírus se espalha em uma sala de aula
Outra pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade do Novo México, também dos EUA, indicou o caminho da contaminação nas salas de aula. Por simulação computacional, apontou que mesmo com distância de mais de 2 metros entre estudantes, partículas minúsculas suspensas no ar podem circular.
A simulação considera uma sala com janelas e um sistema de ar-condicionado central, que filtra e faz a renovação do ar, o que é algo incomum no Brasil, onde se vê o sistema comum de refrigeração. No modelo estudado, até a posição do aluno na classe influencia na quantidade de partículas que recebe.
Os pesquisadores realizaram a análise considerando um espaço de 81 metros quadrados e 3 metros de altura. Mesmo a uma distância de 2,4 metros entre os alunos superior à adotada em escolas brasileiras, os especialistas verificaram que pode ocorrer o transporte de partículas de um estudante para outro.
Os riscos podem ser reduzidos com a abertura de janelas para o ar circular e instalação de barreiras de vidro nas carteiras, uso de máscaras, entre outras medidas. No entanto, mesmo com 9 alunos em uma distância superior a 2,4 metros há a transmissão de aerossóis em quantidades significativas.
Leia também:
Estudo aponta que Covid-19 entre docentes de SP é maior que registrada na população em geral
Assessoria ADUFPel
Com informações de O Globo e Extra
Imagem: Freepik.com