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Festival de comunicação discute jornalismo independente e de qualidade

No último final de semana, a Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, foi sede da segunda edição do Festival 3i. O evento contou com painéis que discutiram sobre os novos expoentes da comunicação, o jornalismo investigativo e de dados, e o combate à desinformação.

O Festival tem como objetivo a busca por um jornalismo inspirador, inovador e independente. Por isso, a maioria dos painéis foi organizada e teve a participação de veículos e agências de comunicação contra-hegemônicos - aqueles que se contrapõem aos grandes veículos de comunicação. 


Na sexta-feira (18), o dia foi destinado ao aperfeiçoamento dos participantes através de diversos workshops, com temas que variaram desde como produzir materiais de melhor qualidade, à segurança de dados e à navegação na internet. Sábado e domingo foram repletos de mesas de debate, com participação de profissionais da comunicação do Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru, Costa Rica, Espanha e Estados Unidos. Cada um deles tratou de um tema específico e compartilhou suas experiências no mercado de trabalho.


Entre os destaques das mesas, estava o jornalista Glenn Greenwald, fundador da agência de jornalismo investigativo The Intercept, e que recentemente revelou diálogos e informações de autoridades e integrantes da Lava Jato em uma série de reportagens. O episódio ficou conhecido como “Vaza Jato”. Também participaram o comunicador Raul Santiago, do Coletivo Papo Reto, organizador do grupo de comunicação independente das favelas do Rio de janeiro, e Giannina Segnini, professora de mestrado em Jornalismo de Dados na Columbia University (EUA).


O evento debateu o trabalho e o risco que os jornalistas correm ao denunciar os movimentos criminosos do governo e de autoridades, além do compromisso com a verdade e o interesse público.


Glenn Greenwald ao ser questionado sobre qual o momento certo para divulgar informações consideradas sigilosas disse: “Todos os dias jornalistas têm que decidir se a informação está no interesse público ou se vai invadir a privacidade colocar em risco alguma pessoa. Na Vaza Jato, a grande maioria dos casos mostram duas coisas. Primeiro, que pessoas muito poderosas estavam mentindo para o povo brasileiro sobre coisas graves e importantes. E, segundo, nós tínhamos nas nossas mãos que Sérgio Moro estava fingindo ser neutro. Então, como nós, como jornalistas, temos o direito de esconder isso do povo brasileiro?.”


As duas últimas mesas do evento deram enfoque total ao trabalho de jornalistas independentes, da mídia contra-hegemônica, buscando responder “Como cobrir a cidade longe das grandes redações” e “Quem tem voz nas redações”. Foi abordada a falta de diversidade e a discriminação ainda existente em todos os âmbitos, inclusive no jornalismo.


Raul Santiago, aplaudido de pé pelo público, trouxe a visão de jornalistas que trabalham nas favelas, mostrando o que a grande mídia não mostra. “São milhões de pessoas analfabetas, em sua maioria pretas, faveladas, também da região norte e nordeste do país. E existe, também, o analfebetismo tecnológico, que é a nossa grande massa. Então, se Facebook, Google, resolvem acabar, nós que comunicamos por esse meio não temos outra forma, porque não produzimos tecnologia. O país é desigual e não garante acesso igual. O filho da pessoa rica está aprendendo robótica enquanto meus filhos estão presos em casa por conta de um tiroteio e não podem ir à aula.” E continua: “A gente tem uma redação invisível, de pessoas que não se veem, mas que compartilham informações de cada canto do país, porque hoje a redação padrão não dá conta. Então, existem redações locais e a gente se expande através dessa outra rede”, afirmou. 


O Festival terminou deixando a reflexão de que tipo de comunicadores estão sendo formados no país, e quais caminhos são necessários seguir para produzir um jornalismo inovador, inclusivo e com informações de qualidade, em que se valorize a colaboração jornalística. 


Assessoria ADUFPel
*Com informações de ADUFPel-Ssind
*Imagens divulgação/Colabora

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