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Fiocruz: 120 anos em defesa da ciência pública e da vida

Em novembro de 1904 um motim tomou as ruas do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O sanitarista Oswaldo Cruz conseguira a aprovação de uma lei que tornava a vacinação obrigatória no Distrito Federal, exigindo a sua comprovação para a realização de matrículas em escolas, para efetivação de empregos, para viagens, casamentos, etc. O plano era conter o avanço da febre amarela, da varíola e da peste bubônica. 


Milhares de pessoas, revoltadas, começaram a protestar contra a vacinação obrigatória e, inclusive, militares tentaram se aproveitar do movimento para dar um Golpe de Estado. Em uma semana, houve 30 mortos nas manifestações e quase mil prisões, além de quase 500 deportações para o Acre. 


106 anos depois, algumas coincidências históricas surpreendem. Em meio à pandemia de Coronavírus (COVID-19), projetos baseados na ciência, como a defesa do isolamento social, são atacados por parcelas revoltadas da população. E também há movimentações de militares estranhas à ordem democrática.


Ao lado da ciência e buscando preservar a maior quantidade possível de vidas, está o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Fundado pelo sanitarista em 1900, o órgão de pesquisa leva seu nome desde 1918. E, assim como em 1904, quando esteve na vanguarda ao propor medidas de saneamento que mudariam o país por décadas, a Fiocruz está hoje na linha de frente da batalha contra a COVID-19 junto a outras instituições públicas de pesquisa, como as universidades. 


Coronavírus

Desde o início de 2020 a Fiocruz tem liderado pesquisas e ações sobre a COVID-19 para preparar o Brasil à pandemia. Mesmo com os sucessivos cortes de orçamento e ataques à ciência, a fundação preparou uma série de iniciativas importantes, como o Monitora COVID, Sistema de Informação para Monitoramento da Pandemia, que junta dados do Coronavírus no país.


A Fiocruz também criou o Observatório COVID-19, Informação Para Ação. Seu objetivo geral é o desenvolvimento de análises integradas, tecnologias, propostas e soluções para enfrentamento da pandemia por Covid-19 pelo SUS e a sociedade brasileira. O observatório está estruturado de modo colaborativo e suas produções disponíveis online. 


Um curso online sobre o Coronavírus também foi lançado pela Fundação Oswaldo Cruz. “Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus” prepara melhor os trabalhadores da saúde que trabalham diariamente com a COVID-19. Essas e muitas outras ações podem ser conferidas no site portal.fiocruz.br


Importância da ciência pública

Paulo Garrido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (ASFOC-SN), acredita que a pandemia evidenciou, ainda mais, a necessidade de sistemas públicos e gratuitos de saúde. 


“A pandemia mostrou ao mundo que o mercado não vai resolver a crise gerada pela propagação da COVID-19. Tornou claro que a política de desmonte do Estado, intensificada pelo atual Governo Federal, é desastrosa. Sofremos  ataques de todas as formas, de pessoas que  negam a Ciência e as pesquisas -  um segmento predatório e parasitário que prega o covarde e cruel darwinismo social, o salve-se quem puder”, critica. 


“Mesmo assim, somos nós, os trabalhadores da Saúde, que estamos na linha de frente dessa luta. Estamos em todas as regiões do país travando uma guerra sem tréguas contra a pandemia. Trabalhamos há 120 anos pelo bem-estar da população brasileira e não seria diferente agora. Temos consciência do nosso papel e não vamos abrir mão dos nossos compromissos com a saúde pública”, completa Paulo Garrido.


O presidente da ASFOC-SN ressalta que, apesar das ameaças, não houve redução nem atraso salarial na Fiocruz. O Sindicato tem lutado pela manutenção do isolamento social e pela destinação imediata de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os trabalhadores da saúde. Em conjunto com outras entidades que compõem o Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entre elas o ANDES-SN, a ASFOC-SN protocolou documento nos Ministérios da Saúde e da Economia.


No texto, as entidades afirmam que: “Em todo o País, por falta de EPIs, trabalhadores(as) da área da Saúde foram infectados pelo coronavírus...Sem as devidas proteções, estes profissionais, além de colocarem em risco a própria vida, podem involuntariamente contaminar a população que é atendida nas unidades de trabalho destes órgãos e ministérios...Desta forma, vimos requerer  a adoção de medidas urgentes de proteção: distribuição de EPIs, álcool em gel, máscaras em quantidade suficiente, bem como buscar junto às autoridades dos estados e municípios, pois já temos mais de 7 mil funcionários da área de Saúde que estão diretamente atendendo à população com suspeita de estarem infectados".

Matéria originalmente publicada no Jornal Voz Docente. Leia a edição completa aqui.


Assessoria ADUFPel com imagens de Fiocruz e EBC

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