Franceses ocupam praças contra mudanças nas leis trabalhistas
Contra a nova lei de trabalho, os franceses decretaram Greve Geral no dia 31 de março, e continuam mobilizados. Ocupações ocorrem em diversas cidades.
Diversas centrais sindicais - como a CGT, Força Operária e Solidários - decretaram greve geral no dia 31 de março, continuando uma mobilização que teve início semanas atrás, alcançando seu ápice nos últimos dias. Segundo informações da Agência Democratize, só no dia 31 (quinta-feira), mais de 250 cidades contaram com manifestações de rua contra a nova lei trabalhista proposta pela ministra do Trabalho, El Khomri.
Desde o início de seu mandato, o primeiro-ministro francês, François Hollande, tem seguindo o programa da União Europeia e do FMI com corte de gastos, colocando em risco benefícios sociais e os direitos trabalhistas, que são um verdadeiro “tesouro” da democracia francesa.
A proposta de nova lei trabalhista, por exemplo, incluía medidas como o recurso facilitado ao trabalho a tempo parcial, o aumento do número de semanas consecutivas nas quais os trabalhadores podem trabalhar por 44 ou 46 horas, o aumento da duração máxima do trabalho noturno, a duração da licença por falecimento de um parente próximo deixar de estar garantida por lei, entre outros aspectos polêmicos. Porém, por conta da mobilização ocorrida anteriormente, todas as características da lei citada acima foram retiradas.
No entanto, a proposta ainda conta com polêmicas como: o fim de um valor mínimo de indenização em caso de demissão sem justa causa; por acordo, os trabalhadores poderem passar a trabalhar o máximo de 44 a 46 horas por semana e de 10 a 12 horas por dia; os acordos coletivos de trabalho com negociação anual passam a ser negociados a cada três anos, a duração máxima de acordos coletivos será de 5 anos, sem garantia de retenção dos direitos adquiridos, entre outros.
Além dos movimentos sindicais, a lei trabalhista do governo francês tem mobilizado um novo protagonismo: as feministas. A militante Caroline De Haas lançou uma petição que em poucos dias reuniu centenas de milhares de assinaturas. Ela faz parte de uma organização encabeçada por mulheres trabalhadoras na França.
Inspirados pelo movimento dos “Indignados” na Espanha, onde centenas de milhares de pessoas ocuparam a Plaza Del Sol em 2011, os franceses organizam uma ocupação permanente na Praça da República, em Paris, desde o dia 31 do mês passado. Com a hashtag #NuitDebout (nome dado ao movimento), franceses têm ocupado não apenas Paris como também outras cidades contra a nova lei trabalhista.
*Com informações e imagem da Agência Democratize
Fonte: ANDES-SN