Greve do INSS completa um mês
Ato em Pelotas “descomemorou” a data
Trabalhadoras e trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completaram ontem (6) um mês de greve. Em Pelotas, realizaram uma “descomemoração” da data, manifestando-se em frente ao prédio da Previdência Social com o objetivo de pressionar o governo federal por uma efetiva negociação.
De acordo com Roberta Mello, integrante do Comando Local de Greve do Sindicato dos Trabalhadores Federais de Saúde, Trabalho e Previdência (Sindisprev), o diálogo está em um momento em que não avança. “As propostas que eles fazem estão muito aquém das nossas reivindicações”, afirma. As principais demandas da categoria envolvem o reajuste salarial, que integra a pauta única dos Servidores Público Federais (SPF), melhores condições de trabalho, plano de carreira, incorporação das gratificações e qualificação. As pautas específicas são negociadas junto ao Ministério da Previdência. Já a pauta do reajuste é realizada sempre em conjunto com os SPF junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
O problema de melhores condições de trabalho envolve falta de pessoal e também a pressão pelo cumprimento por metas. “O Instituto coloca metas de números de atendimento e tempo de atendimento. A gente tem que fazer uma aposentadoria em uma hora, mas é impossível tu analisar a vida inteira de uma pessoa em uma hora. Se tu não cumpres tua meta, não vai receber o salário integral”, exemplifica Roberta.
Avaliação do movimento
O movimento grevista do INSS atinge cerca de 80% das unidades em todo o Brasil. Assim, é considerado histórico. Entretanto, o governo federal tem imposto regras de negociação. Para que o Ministério da Previdência negocie, impõe a aceitação do reajuste proposto pelo MPOG, manobra considerada ilegal pela categoria. O governo, por sua vez, entrou na noite de ontem com um pedido de inconstitucionalidade da greve.
Quanto à opinião pública, Roberta afirma que a aceitação da população está sendo boa, até porque nota que os serviços precisam melhorar. Para ela, isso também acontece devido ao contexto histórico da restrição a direitos da classe trabalhadora. “A população está farta dessa retirada de direitos”, finaliza.
A ADUFPel apoia a greve da categoria e reafirma que é urgente uma negociação efetiva por parte do governo em relação às pautas dos SPF.