Greve dos bancários completa um mês e trabalhadores decidem sobre proposta patronal
Consideradas uma das maiores greves da história dos bancários, os servidores de bancos privados e públicos em todo o país decidem nesta quinta-feira (6), em suas respectivas assembleias, se encerram a paralisação ou não, iniciada no dia 6 de setembro.
Na quarta-feira (5), a categoria se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em mais uma rodada de negociação. Os representantes do setor patronal apresentaram um reajuste de 8% em 2016 e abono de R$ 3500, e reposição integral da inflação pelo INPC, mais 1% de aumento real em 2017. Assim como reajustes no vale alimentação (15%), no vale refeição e auxílio creche-babá (10%); além do abono total dos dias parados. O acordo terá validade de 2 anos.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Eloy Natan, que integra o Movimento Nacional de Oposição Bancária (Mnob), orienta os bancários a rejeitarem a proposta apresentada pela Fenaban nas assembleias. O índice, segundo ele, não cobre sequer a inflação do período que é de 9,62%. “Um reajuste abaixo da inflação significa uma redução real nos salários que já estão achatados”, explicou.
Os bancários defendem o reajuste salarial com reposição inflacionária e 5% de aumento real; valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho); e PLR de três salários mais R$ 8.317,90. Cobram também o combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho.
“Nunca chegamos a uma greve tão longa com um nível tão alto de mobilização e adesão (inclusive de setores de comissionados do BB e da Caixa) e temos condições de dobrar a intransigência dos patrões especialmente nos bancos públicos”, reforçou o presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão.
Criminalização da luta
No final de setembro (29), a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE) pediu a prisão da presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, caso a entidade não cumpra determinação judicial de garantir quantidade mínima de funcionários em atendimento nos caixas durante a greve da categoria. Na ação civil pública apresentada, a OAB pede, também, o aumento do valor da multa por descumprimento da ordem, de R$ 10 mil para R$ 100 mil diários. A Justiça do Trabalho negou o pedido de prisão da presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e no despacho assinado, a juíza Mariana de Carvalho Milet indeferiu o pedido de prisão por considerar a medida “excepcional e extrema”.
Fim da greve no Itamaraty
A greve dos servidores do Ministério das Relações Exteriores chegou ao fim na segunda-feira (3). A paralisação de 44 dias foi a mais longa na história do Itamaraty e teve adesão de servidores no Brasil e em pelo menos 112 repartições diplomáticas pelo mundo. Mas não houve acordo e a mobilização ficou marcada pela falta de abertura ao diálogo com os trabalhadores pelo ministro de Relações Exteriores, José Serra. Entre as reivindicações, que não foram atendidas, estão à reorganização do plano de carreira e a equiparação dos salários aos das demais carreiras típicas de Estado, como as da Receita Federal.
Com informações da CSP-Conlutas, Rede Brasil Atual e Agência Brasil.
Fonte: ANDES-SN