Greve dos garis do Rio de Janeiro continua e nesta quarta-feira tem audiência no TRT
A greve dos garis do Rio de Janeiro continua nesta quarta-feira (18) e chega ao sexto dia. O Ministério Público do Trabalho tentou mediar na segunda-feira (16) uma reunião entre a Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) e os trabalhadores, entretanto empresa não compareceu.
Na segunda, cerca de 80 garis concentraram na Central do Brasil e saíram em passeata rumo ao Tribunal Regional do Trabalho em protesto.
Uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) está marcada para esta quarta-feira (18), às 14h30.
A decisão pela greve foi tomada na noite de quinta-feira
(12), em uma assembleia lotada que decidiu pela paralisação imediata, rejeitando
a proposta do Sindicato de greve somente após 72 horas.
A categoria não aceitar a proposta de apenas 3% nos
salários. Na sexta-feira, o Ministério Público do Trabalho propôs um aumento de
7%, mas os trabalhadores também rejeitaram a proposta.
As reivindicações dos garis, de acordo com o Sindicato dos
Empregados de Empresas de Asseio e Conservação, incluem além do aumento
salarial de 47,7%, um reajuste no vale-alimentação de R$ 20 para R$ 27, diário.
Greve é legitima
Um ano após protagonizarem uma greve histórica, que até hoje serve de inspiração para trabalhadores de diversas categorias, novamente os garis do Rio de Janeiro deflagram paralisação de suas atividades para lutar por um reajuste digno.
E, embora a campanha salarial seja nova, alguns dos
obstáculos enfrentados pelos garis em 2014 se repetem nesse ano. Reportagens na
grande imprensa repercutindo os impactos negativos da greve para a população; a
Justiça novamente ao lado do governo, considerando a greve ilegal, e a Polícia
Militar acionada para reprimir os grevistas, sob o pretexto de escoltar os
caminhões da Comlurb.
Contra os patrões e contra o governo
A mobilização dos garis se soma a uma série de lutas que acontecem no país, tendo como exemplo recente os professores estaduais de São Paulo, que deflagraram greve nesta sexta-feira, os professores do Paraná e os trabalhadores metalúrgicos do ABC e São José dos Campos. Apesar das pautas específicas, em comum a necessidade de reagir e lutar contra a tentativa dos governos e patrões descontarem nos trabalhadores a conta da crise.
O discurso de que é preciso paciência e um esforço de
“todos” não é exclusividade da presidente Dilma (PT). A mesma alegação foi
feita pelo tucano Beto Richa (PSDB), governador do Paraná, e agora também pelo
prefeito Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro. “O momento é de crise do
Brasil. Pessoas estão sendo demitidas…”.
Todo apoio
Em nota, a CSP-Conlutas Rio de Janeiro reafirma seu apoio incondicional à luta dos garis. “Estes trabalhadores dão o exemplo e mostram o caminho. Vamos juntos. O caminho é a mobilização! Não podemos cair na armadilha de “negociar” ou “emendar” as medidas de Dilma ou dos demais governos, pois qualquer negociação vai significar reduzir nossos poucos direitos. Temos de exigir a imediata retirada dessas medidas provisórias; nós não podemos pagar pela crise que eles criaram e, de outra parte, se foi o patrão que roubou, não pode ser o trabalhador que pague o preço”, destaca a Central.
A CSP-Conlutas exige também que a Comlurb atenda todas
reivindicações desses trabalhadores.
A Central convoca a todas as entidades e movimentos a cercarem de solidariedade, apoio político e financeiro à greve dos trabalhadores garis do Rio de Janeiro.
Mais uma vez, os trabalhadores mostram o caminho. A
alternativa para a crise está na luta e organização, independente dos governos
e dos patrões, contra a retirada de direitos.
Fonte: CSP-Conlutas
Edição: CSCP-Conlutas
Fotografia: Janaína Carvalho