Greve Nacional da Educação: UFPel e IFSul paralisam todas as atividades por 48h
A UFPel e o IFSul amanheceram, nesta quarta-feira (2), no primeiro dia de Greve Nacional da Educação de 48h, sem aulas. Durante os dias 2 e 3 de outubro, todas as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) mobilizam-se contra o conjunto de medidas impostas pelo governo federal, que colocam em risco a educação pública, como os cortes orçamentários, o programa Future-se e a intervenção do Ministério da Educação na escolha de reitores. A Greve é construída por entidades da educação federal, em nível nacional e local.
As atividades iniciaram logo cedo, com piquetes para o bloqueio dos portões do Campus Capão do Leão e Anglo da UFPel. Após, as entidades sindicais realizaram um almoço em frente ao Campus Pelotas do IFSul. A mobilização teve continuidade durante a tarde com uma roda de conversa sobre lutas autônomas, partidárias, sociais e de massa; militância no cotidiano; cortes e precarização no trabalho.
Debate sobre precarização do trabalho e organização da luta
A roda de conversa foi formada no saguão do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb) e contou com a presença de estudantes, técnico-administrativos e professores da UFPel e do IFSul, além de representantes da ADUFPel-SSind, do ASUFPel-Sindicato e do movimento estudantil. A atividade proporcionou espaço para falas, colocações e dúvidas.
O objetivo principal foi uma discussão sobre os próximos passos do movimento estudantil e sindical em meio aos atuais acontecimentos, como os cortes de verbas e a tentativa de implementação do programa Future-se. Também, foi espaço para debater a precarização do trabalho e a organização da luta dos trabalhadores e estudantes.
Durante a conversa, foram realizadas indagações de como unificar grupos de diferentes organizações em prol de um objetivo maior, a educação pública, visto a necessidade de unidade contra os ataques do governo às instituições públicas.
Entre as conclusões, a que ganhou maior força foi a necessidade de a comunidade acadêmica aproximar-se da população pelotense, adentrar as periferias e mostrar que a UFPel está a serviço não apenas dos estudantes, mas da sociedade. Inclusive, de mostrar para a população de baixa-renda que a instituição é feita para eles, que é possível ingressar na universidade e fazer um curso superior.
Avaliação da Greve
A vice-presidenta da ADUFPel-SSind, Angela Vitória, avalia que o movimento está sendo positivo. A diretora salienta, ainda, a ampla adesão das unidades acadêmicas da UFPel. “As três categorias da UFPel e do IFSul estão muito dispostas a dizer não ao Future-se, a dizer não aos cortes, e a defender a Universidade com todos os seus cursos, com os projetos de extensão que ela desenvolve em todas as diversas áreas. A gente sente que este é um momento de fortalecimento da luta em defesa da educação e da Universidade Federal de Pelotas”, afirma.
Agenda da Greve
As atividades da Greve continuam ainda hoje (2), às 18h, com o lançamento do livro "Revolução Africana", do autor Jones Manoel, no saguão da UCPel. Depois, às 19h, ocorre o debate “Por que o Brasil está assim?”, que irá abordar a atual situação do país em um momento de crise política, econômica e social e suas consequências na vida da grande parte da população brasileira, no Diretório Central dos Estudantes da UCPel (Gonçalves Chaves, 232, sala 410C).
Confira a agenda de amanhã (quinta-feira):
-14h: Ato cultural “Educação na Rua”, no largo do Mercado Central
-17h: Ato Público com caminhada a partir do largo do Mercado
-19h: Debate Movimento Estudantil e Docente, no Diretório Acadêmico da História da UFPel
-20h: Boteco da Filosofia “Descolonização do pensamento e democratização da universidade pública e gratuita: não ao Future-se”, no ASUFPel-Sindicato (R. Quinze de Novembro, 262)
Assessoria ADUFPel
Fotos: Assessoria ADUFPel