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Insegurança: estudantes da UFPel deixam Moradia Provisória por medo de novos ataques

Desde o início da gestão do reitor Mauro Del Pino, uma série de promessas ainda não foram cumpridas. A Casa do Estudante Universitário (CEU), que deveria garantir a permanência estudantil aos alunos em vulnerabilidade socioeconômica, não oferece uma estrutura capaz de abrigar todos aqueles que chegam a Pelotas e necessitam de moradia. No início do primeiro semestre de 2015, não havia vagas suficientes na CEU. Os alunos que não conseguiram lugar na Casa foram alojados na Moradia Provisória (MP). Em condições precárias, chegam a dormir no mesmo quarto mais de 20 estudantes e a segurança do local não é garantida pela Universidade.


Na madrugada de domingo, dois estudantes foram assaltados nas imediações da Moradia – av. Duque de Caxias 77, próximo ao SANEP. Após o ocorrido, alguns alunos revidaram e acabaram sendo agredidos por um grupo de cerca de dez pessoas com golpes de paralelepípedo. Uma das vítimas foi um estudante baiano do curso de Direito, de 30 anos, que sofreu traumatismo craniano e está internado em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário São Francisco de Paula.  Outro aluno sofreu escoriações e cortes na cabeça, mas foi liberado após 12 horas em observação.


Em decorrência disso, por medo de sofrerem novos ataques e por não receberem apoio da reitoria, os residentes da Moradia, com a ajuda de professores, técnicos e outros estudantes, se deslocaram para a CEU. Apesar das promessas da reitoria em aumentar a segurança da Moradia, ontem, depois acontecimento, só foi enviado um carro de segurança da UFPel após todos os estudantes terem saído do alojamento, por volta das 19h.


De acordo com o estudante de Engenharia, Jonathan Fontes, residente da Moradia há cerca de um mês, já foram realizadas diversas reivindicações em relação à segurança e infraestrutura, porém, sem nenhuma medida efetiva por parte da Universidade. “A resposta que tínhamos da UFPel era de que a segurança do alojamento não fazia parte do contrato da empresa de segurança privada”, afirmou. O alojamento fica localizado há uma grande distância do Centro e dos campi, sendo que o transporte da Universidade não passa em frente ao alojamento, apenas na Famed, que é o local mais próximo.


Em busca de diálogo, na manhã desta segunda-feira (27), os estudantes ocuparam o gabinete da reitoria. Em reunião com o reitor Mauro Del Pino e a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha, reivindicaram o auxílio-moradia, pois a liberação está prevista somente para o dia 25 de maio. As propostas apresentadas pela reitoria foram: o retorno dos residentes para o alojamento provisório até a liberação do benefício e a antecipação do auxílio-instalação para que os estudantes busquem um novo local para morar. Porém, a lista que será divulgada não garante recurso a todos os 70 alunos.


O estudante de Matemática, Jaime Leite Menezes, residente da Moradia Provisória desde fevereiro, conta que os principais problemas que enfrentam é a superlotação, a falta de materiais de higiene e a falta de segurança, com assaltos recorrentes. “A reitoria só promete, mas não cumpre nada do que pedimos. Já fizemos umas cinco reuniões até hoje”, explica.


Os alunos aguardam resposta às seguintes reivindicações:

- A reforma imediata do segundo andar da CEU, com as finalizações das instalações elétricas, hidráulicas e acabamento dos quartos e corredor;

- Acompanhamento psicológico aos residentes da casa de passagem, da CEU e do auxílio-moradia;

- Resolução da Secretaria dos Conselhos Superiores (COCEPE) em relação ao abono de faltas e adiamento de trabalhos e avaliações que possam afetar o rendimento acadêmico, garantida até o dia 30 de abril;

- Pedido de auxílios para a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE): a retificação dos processos avaliativos referentes às opções de “benefícios” a respeito da moradia estudantil. Sendo tal reivindicação legitima pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), enquanto um direito, com o cumprimento no prazo de uma semana.

- Transferência dos moradores que foram ameaçados para outra universidade e/ou retorno para suas cidades de origem, assegurando assistência referente ao pagamento das passagens e acompanhamento do processo, no prazo do dia 30 de abril.

- Auxílio instalação e moradia de acordo com a vontade dos estudantes que se encontram com renda per capita passível de petição e que a reitoria assegure fiadores para estes alunos. Além de um levantamento de moradia no setor imobiliário pelotense a ser cumprido no prazo de 27 de abril a 4 de maio de 2015.

- A solicitação de que parte das verbas destinadas às bolsas acadêmicas seja revertida em assistência estudantil no valor de R$ 200,00 aos moradores da CEU.


Acompanhamento psicológico

O professor do Centro de Artes, Ney Bruck, que trabalha com um grupo de Pesquisa e Ação em Psicologia das Emergências, foi convidado pelos estudantes, antes de ser contatado pela PRAE, para realizar um acompanhamento psicológico com os residentes. Durante a tarde, o professor fez atividades de enfrentamento e superação.


A ADUFPel esteve presente durante a ocupação da reitoria, dando apoio aos estudantes da Moradia Provisória e Casa do Estudante. 


Assessoria ADUFPel 

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