Ministério da Educação contribui para a superlotação das universidades federais
Serão criadas 2.240
vagas para estudantes em cursos de graduação em todo o Brasil
Ao mesmo tempo em que as universidades federais encontram-se
cada vez mais sucateadas, com uma infraestrutura precária e baixo investimento
em novos recursos, o Ministério da Educação (MEC) anunciou a criação de 2.240
vagas para estudantes em cursos de graduação. As vagas serão distribuídas entre
cursos de cidades dos estados do interior do Brasil. Ao todo, são 310 vagas na
região Norte, 880 no Nordeste, 40 no Centro-Oeste, 920 no Sudeste e 90 no Sul.
Foi a partir da implementação do REUNI, em 2007, que o
Governo Federal propôs o apoio a planos de reestruturação e expansão das
universidades federais. Uma proposta que surgiu em meio a políticas restritivas
de investimentos no setor público, o que, em um primeiro momento, parecia ser a
solução, foi apenas uma medida paliativa.
O REUNI tem como meta permitir a criação de novos cursos em
regiões com poucas faculdades, ampliando o acesso de estudantes à educação
superior sem investimentos suficientes em estrutura física e recursos humanos. Além
disso, a política de assistência estudantil, que auxiliaria, entre outras
coisas, a permanência estudantil, é precária.
Um exemplo disso é a Universidade Federal de Pelotas
(UFPel), que desde o início do REUNI teve um aumento de 122% no quadro de
estudantes, triplicando o número de 8 para cerca de 22 mil. Enquanto isso,
houve apenas um acréscimo de cerca de 40% de professores e 7% de
servidores.
Sem professores suficientes para lecionar nos novos cursos,
o Ministério da Educação continua aumentando o número de alunos, colocando-os
em salas de aula superlotadas, com uma infraestrutura precária e que não atende
às necessidades dos estudantes, docentes e servidores.
Assessoria ADUFPel