Municipários de Porto Alegre em greve
Os
municipários de Porto Alegre estão em greve desde 24 de novembro, quando foi
deliberada em Assembleia. A reivindicação é para que o governo municipal ajuste o
cálculo da remuneração dos servidores de acordo com as exigências da Emenda
Constitucional 19/1998, sem precisar reduzir os salários. Em
entrevista à ADUFPel, a municipária Tzusy Estivalet explica a situação.
1. Qual Projeto de Lei os
municipários reivindicam e o que ele diz?
Reivindicamos
um Projeto de Lei elaborado pelos trabalhadores da PGM - procuradoria geral do
município - os quais se debruçaram sobre a EC 19/98 no intuito de encontrar uma
fórmula de correção do sistema remuneratório que não resultasse em perdas para
os servidores municipais. Esse PL foi apresentado ao governo e rejeitado.
2. Quais as consequências do PL
em discussão para a educação?
No
caso da educação há riscos profundos de alteração no plano de carreira, abrindo
brecha para a meritocracia pautada hoje pelo Plano Nacional de Educação (PNE) e
pelo Plano Municipal de Educação (PME) em discussão, o qual atrela as
gratificações às metas estabelecidas nos planos pelo governo. Além disso, a
proposta do PL do governo é de abono para compensar as perdas com a emenda o que
significa que com o abono não levamos esse valor pra aposentadoria.
3. Quais são as perspectivas da
mobilização?
Estamos
em estado de greve. Nossas últimas lutas de 2014 tiveram como foco a Câmara de
Vereadores visto que o governo enviou seu PL para ser votado e era nosso papel
barrá-lo. Permanecemos lá em vigília durante o período de funcionamento da Câmara
até o último dia de trabalho (22/12). Ao mesmo tempo o governo também enviou um
projeto específico para a Câmara que beneficia apenas um pequeno setor de
municipários - a secretaria da fazenda - em detrimento de toda a categoria,
isso no intuito de fragmentar a luta.
4. Os municipários se mantêm em
greve? Há previsão para término dela?
Durante
o próximo período continuará a pressão na Câmara para barrar o projeto proposto
pelo governo (de abono) bem como para impedir o projeto específico voltado para
a secretaria da fazenda (gratificação de 200% que incorpora e leva para
aposentadoria). A Câmara retorna aos trabalhos no início de fevereiro e nosso
retorno à Câmara será no mesmo dia. Também já temos uma assembleia marcada para
o dia 5/3 onde há possibilidade de se deliberar pela greve.
Assessoria ADUFPel
Foto: Adriane Feijó Rodolpho