Navegantes recebe a terceira edição do Cine-Debate Itinerante no dia 22 de junho
A ADUFPel-SSind e o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro estão percorrendo os bairros de Pelotas com o Cine-Debate Itinerante “Por que as mulheres trabalham mais?”. O terceiro bairro a receber o Cine-Debate será o Navegantes. A atividade ocorrerá quinta-feira (22), no CRAS São Gonçalo (rua Dona Darci Vargas, 212, ao lado da UBAI Navegantes), às 16h.
O objetivo é discutir com as comunidades locais temas associados aos direitos das mulheres, relacionando-os aos impactos das reformas Trabalhista e Previdenciária (Proposta de Emenda à Constituição - PEC 287/2016).
O curta-metragem escolhido para exibição é “Deus”, dirigido pelo jovem cineasta paulistano Vinícius Silva, com a fotografia de Débora Mitie e montagem de Huli Balász, egressos do curso de Cinema e Audiovisual da UFPel. A obra venceu os prêmios de melhor documentário e melhor diretor no Festival de Cinema de Lajeado.
“Deus” aborda a força da protagonista Roseli, mãe, negra e moradora da periferia de São Paulo, e sua influência sobre a vida do filho, com o seu dia a dia retratado a partir do olhar do diretor. O título faz alusão à música "Mãe", do rapper Emicida, cuja letra traz: "Desafia, vai dar mó treta quando disser que vi Deus. Ele era uma mulher preta".
Por que o debate é importante?
A Contrarreforma da Previdência, proposta pelo presidente Michel Temer, inclui uma série de medidas que atingem duramente as mulheres, retirando direitos já adquiridos e aumentando desigualdades sociais. Ao equiparar o tempo de contribuição entre homens e mulheres, passando para 65 anos a idade mínima para aposentadoria, a Contrarreforma ignora o fato de que mulheres cumprem diariamente uma jornada múltipla e realizam trabalhos domésticos não remunerados.
Dados mostram que as mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana*. Em 2015, a jornada total média das mulheres (que considera a soma do trabalho remunerado com os afazeres domésticos) era de 53,6 horas semanais, enquanto a dos homens, de 46,1 horas.
Cerca de 6 milhões de mulheres são empregadas domésticas e mais da metade são negras. Muitas não têm carteira assinada, o que dificulta o direito à aposentadoria. O seu trabalho ainda é desvalorizado e deixa marcas físicas e psicológicas originadas da cultura racista que não reconhece os seus direitos.
Além disso, a Contrarreforma estipula um aumento no prazo mínimo de contribuição para aposentadoria, elevando de 15 para 25 anos. No entanto, quem se aposentar com 65 anos de idade e contribuir por 25 não terá direito à aposentadoria integral e receberá apenas 76% do seu salário. Só receberá salário integral quem começar a trabalhar com 16 anos, antes de completar o Ensino Médio.
SERVIÇO
Cine-Debate Itinerante
Data: 22/06 (quinta-feira)
Horário: 16h
Local: CRAS São Gonçalo (rua Dona Darci Vargas, 212, ao lado da UBAI Navegantes)
Assessoria ADUFPel