Nota à reitoria
A ADUFPel- SSind vem recordar o compromisso assumido pela reitoria de estender as discussões sobre a planilha de carga horária até o fim novembro, em respeito à decisão dos professores obtida em assembléia docente e informada à Reitoria através de documento encaminhado pela ADUFPel SSind ao COCEPE, CONSUN, Reitor e Vice-reitor em 08 de junho de 2017.
O Brasil vive um momento ruim na sua história, onde arbitrariedades, casuísmos e o fisiologismo político têm atuado na perpetuação de um governo voltado ao grande capital, ilegítimo e na implantação de um modelo de estado que transforma os cidadãos em inimigos uns dos outros, destruindo o conceito de solidariedade social, precarizando as relações trabalhistas e expondo o trabalhador a regimes desumanos por um tempo cruel. Na área da educação já foram dadas mostras de que o projeto de universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada é um projeto que se pretende destruir a passos rápidos.
A indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão está ameaçada por uma Universidade que tem a cada dia que passa menos recursos materiais e humanos, levando-a ao beco de se transformar em uma máquina de qualificação precária de engrenagens para o mercado de trabalho, alheia ao seu redor e às suas possibilidades de intervenção na sociedade. Neste projeto todas as ações da Universidade são reguladas pelo mercado e atendem ao interesse do mercado o qual, em muitos casos, não tem encontro com os interesses da sociedade.
Sendo assim, é mister construir esse processo com o devido respeito aos acordos feitos e às decisões e opiniões dos docentes, seja para não cair no campo da arbitrariedade que delegitima, seja para não aderir a processos de destruição da Universidade Pública. Demitir funcionários terceirizados e enveredar pelo viés gerencialista diante do déficit de docentes à margem da LDB, contrariando a busca do padrão unitário de qualidade e do princípio constitucional de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, vem ao encontro do projeto de destruição da Universidade, à medida que mascara as deficiências e as precariedades que nós temos sofrido e as esconde sob o tapete falacioso das adequações. É preciso lutar em todas as instâncias, para além das promessas, em defesa desta que se constitui um legítimo patrimônio nacional.
Diretoria ADUFPel-SSind