Operários do Comperj farão caravana a Brasília pelo pagamento de salários e direitos trabalhistas
Os trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)
irão a Brasília nesta semana para reivindicar que o governo intervenha na
negociação entre trabalhadores e Alumini Engenharia, contratada da Petrobras. A
empresa está há três meses sem pagar os salários dos funcionários contratados e
rescisões trabalhistas de operários demitidos.
Os trabalhadores decidiram intensificar as ações e acionar a esfera
federal, em reunião realizada na quinta-feira (20), em que participaram
entidades, entre elas a CSP-Conlutas, bem como sindicatos apoiadores e
parlamentares.
A Petrobras recorreu da ação trabalhista do Ministério Público do
Trabalho do Rio de Janeiro que dava ganho de causa aos trabalhadores e obrigava
a empresa a pagar o valor devido.
O objetivo dos trabalhadores é abrir negociação na Casa Civil com a presidente Dilma Rousseff e o secretário-geral da Presidência da República Miguel Soldatelli Rossetto, para que intervenha no caso.
De acordo com o membro da CSP-Conlutas Rio de Janeiro, Julio Condaque,
os trabalhadores reafirmaram que vão continuar a lutar até que seus direitos
sejam pagos. “Os operários não vão pagar pela crise. Se o governo federal
liberou verbas do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento] para salvar as
empreiteiras falidas, tem que arrumar recursos para pagar os trabalhadores”,
frisou.
“A luta dos trabalhadores do
Comperj pode ser vitoriosa se unirmos forças até termos uma solução digna para
os operários e seus familiares”, completou, reforçando que é preciso continuar com
a campanha financeira e de apoio a esses trabalhadores.
Para Julio, essa resistência faz parte de uma reação de toda a classe
trabalhadora contra os diversos ataques aos direitos. Por isso, diz que é
preciso unidade e fortalecimento dos fóruns de lutas. “A exemplo do espaço de
unidade de ação e mobilizações dos servidores públicos federais”, reforça.
Outras ações Além da caravana,
foi aprovada continuidade da solidariedade aos trabalhadores do Comperj e a
ampliação dessa luta para outras categorias que também estão passando pela
mesma situação.
Como parte da campanha, está sendo elaborando uma carta à presidente
Dilma Rousseff com as denúncias e exigências dos trabalhadores. Outra
orientação é ampliar a divulgação dessa luta nas redes sociais.
Foi aprovada uma comissão de mobilização e finanças, e a participação
dem atos unitários contra os ataques aos direitos dos trabalhadores.
No dia 25, às 14h, haverá assembleia no Sindpetro RJ para avaliar os
encaminhamentos das negociações em Brasília; no dia 26, ocorre a plenária do
S.O.S Comperj contra as demissões e por trabalho, às 18h, com a participação de
dirigentes das centrais e parlamentares.
“Essa é uma obra federal, por
isso a presidente tem sua responsabilidade com o caos que esses operários e
suas famílias estão passando”, disse um ativista da central que estava presente
na reunião.
Fonte: CSP-Conlutas
Edição: CSP-Conlutas
Fotografia: apn.org.br