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Outubro Rosa: diagnóstico precoce aumenta chances de cura do câncer de mama

Docente da UFPel relata a sua história e atenta para importância do autoexame 


O câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) – órgão brasileiro auxiliar do Ministério da Saúde –, é o segundo tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil, representando em torno de 25%. No país, só em 2019, houve 59.700 novos casos, com risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres. O Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro com maior incidência. A média de casos é de 73 para cada 100 mil mulheres. 


Os número são alarmantes e estima-se que, em 2030, os casos da doenças dobrem em todo o mundo. A alta incidência é decorrente de alguns fatores, como: envelhecimento da população e a incorporação de fatores de risco aos hábitos de vida. No entanto, identificar o tumor em fase inicial garante 95% de chance de cura. O diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer e, nesse sentido, é fundamental a educação e orientação para que as mulheres possam reconhecer os sinais e sintomas. 


Além de frequentar regularmente o ginecologista e adotar hábitos saudáveis, é importante que a mulher realize a autopalpação (autoexame) das mamas sempre que se sentir confortável, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações. A partir da identificação, deve-se procurar atendimento médico. 


No entanto, o tempo médio para diagnóstico do câncer no Brasil é de 270 dias na rede pública de saúde, pelo SUS. Essa demora faz com que cerca de 80% dos pacientes com algum tipo da doença comecem o tratamento em estágios mais avançados, com menores chances de cura. 


Essa realidade está prestes a mudar já que o Senado aprovou, no dia 16 de outubro, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 143/2018 que garante aos/às pacientes com suspeita de câncer o direito a biópsia no prazo máximo de 30 dias, contados a partir do pedido médico. A matéria seguirá para sanção presidencial.


Docente relata sua experiência 

Para a professora da Escola de Educação Física (ESEF) da UFPel, Stephanie Santana Pinto, 32 anos, diagnosticada com câncer de mama em 2015, o diagnóstico precoce foi fundamental. A docente descobriu o câncer de mama em um autoexame, quando o nódulo cancerígeno tinha apenas 1,1 cm. No dia posterior, realizou um ultrassom e em menos de duas semanas foi operada. 


Após a cirurgia, seus médicos a informaram que teria de passar por oito ciclos de quimioterapia a cada 21 dias. Isso a fez voltar para a casa dos pais, em Porto Alegre, e entrou em licença. Durante o período de tratamento, viajou, aprendeu a cozinhar novos pratos e fez artesanto e Reiki, que a ajudaram a lidar com a situação. 


Em 2016, terminou os tratamentos de quimioterapia (janeiro) e imunoterapia (novembro) e desde então, ressalta que tem aprendido a ser outra pessoa e a enxergar a vida com outros olhos. “Eu realmente fico feliz por estar viva e por ter ao meu lado uma família maravilhosa, que é o meu suporte todos os dias. Eu lutei e luto por mim e por eles!”, conta. 


Câncer virou sua vida “de cabeça para baixo”

A docente explica que considera-se privilegiada. A sua trajetória profissional começou a ser desenhada logo cedo. Em 2006, antes de terminar a faculdade de Educação Física, surgiu a oportunidade de estudar por um semestre na Universidade do Porto, em Portugal, onde passou por uma experiência de vida enriquecedora tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.


Em janeiro 2007, formou-se na Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EsEF-UFRGS). No mesmo ano, começou a cursar o Mestrado, também na UFRGS, quando, segundo ela, surgiu a certeza de que o meio acadêmico, as pesquisas e a docência eram “coisas que fazia com muito amor” e, por conta disso, ser professora universitária era o caminho que gostaria de trilhar. 


Em 2009, começou o Doutorado e, em 2011, foi para Valência, na Espanha, fazer Doutorado Sanduíche em sua área de pesquisa: exercício físico no meio aquático. Um ano após voltar da Espanha, passou no concurso da ESEF/UFPel e, após terminar o Doutorado, tomou posse como professora, em julho de 2013. 


Foi então que, em 2015, sua “vida virou de cabeça para baixo e surgiram sentimentos nunca sentidos antes”, explica a docente. “Tudo no seu devido lugar, professora doutora de uma Universidade Federal com a vida estabilizada e um futuro promissor dentro da minha área. Eis que em um piscar de olhos, nas minhas férias de julho do ano de 2015, tudo muda: diagnóstico de um câncer de mama”, confidencia. 


A partir desse momento, além de encarar as etapas do tratamento, a docente começou a pensar de que forma as atividades físicas poderiam ajudar mulheres que passavam pela mesma situação. Em 2017, como resultado das pesquisas e da experiência pessoal de Stephanie, surgiu o projeto de extensão Exercise Research in Cancer (ERICA), que propicia treinamento físico a mulheres que já finalizaram o tratamento primário para o câncer de mama.


Outubro Rosa

De acordo com ela, o Outubro Rosa representa o mês em que, através de diversas ações, se fortalece a necessidade e a importância da prevenção para um diagnóstico precoce do câncer de mama. É uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce”, afirma. 


No último sábado (19), a docente participou de uma atividade no Hospital Escola da Universidade, na qual contou a sua história a 30 pacientes já diagnosticadas e que aguardam o início do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, o momento foi “muito especial” e ficou “encantada com o trabalho humanizado feito por toda equipe”. 


A campanha Outubro Rosa foi criada no início da década de 1990 com o objetivo de contribuir para a conscientização sobre o câncer de mama. Desde então, a data é celebrada anualmente, para estimular o compartilhamento de informações e promover a conscientização sobre a doença. Além de proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. 


Assessoria ADUFPel 

Com informações de Femana e Inca. 


Fotos: Divulgação e Assessoria ADUFPel 


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