A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) não ofereceu reajuste salarial algum aos servidores públicos municipais de Pelotas, apesar de inúmeras tentativas de negociação por parte do Sindicato dos Municipários (SIMP). Como 2020 é ano eleitoral, o prazo máximo para conceder tal reajuste venceu em 7 de abril, sem quaisquer propostas da prefeitura de Pelotas.

O SIMP havia encaminhado, em 16 de março, ofício com a pauta de reivindicações da categoria, aprovadas em assembleia. No entanto, a prefeitura não deu resposta. O sindicato, então, reiterou o pedido de negociação e Paula Mascarenhas afirmou que não atenderia nenhum dos itens solicitados, como reajuste salarial e no vale-alimentação, por conta de “problemas financeiros”.

Para a entidade sindical dos municipários, o município deveria se organizar “para, no mínimo, repor as perdas inflacionárias dos servidores (o que não é reajuste ou ganho), ainda mais numa realidade local onde grande parte dos nossos trabalhadores têm padrões salariais baixíssimos, inferiores ao mínimo nacional, necessitando complementação inclusive para atingi-lo, fora o não cumprimento do Piso Salarial Nacional do Magistério e uma pequena parcela de outros que recebem padrões pouco acima do próprio mínimo”.

Em nota, o SIMP ainda lembra que todos os 4 anos da gestão de Paula foram marcados pela não reposição da inflação na íntegra, sem qualquer ganho real ou nenhuma outra proposta. Através de sua assessoria jurídica, o SIMP decidiu ingressar com ação a fim de tentar obter a recomposição da perda inflacionária, já que, para isso, não há o limitador legal de prazo eleitoral.

Gisele Caldas Schwanz, 1ª tesoureira do SIMP, critica a posição da prefeitura de Pelotas. “Estamos no segundo ano sem reajuste. Ano passado o motivo foi o estrangulamento das finanças. Mas as finanças parecem estar sempre estranguladas só para os servidores, houve contratos emergenciais, obras continuaram… Esse ano, a desculpa foi óbvia, a pandemia. A prefeitura não tem um olhar para o municipário, só tem um olhar para o que dá lucro”, afirma, citando que há muitos servidores da saúde que estão na linha de frente do combate ao Coronavírus que já têm salários baixos e vão passar mais um ano sem reajuste. 

Assessoria ADUFPel com informações e imagem de Arquivo do SIMP.