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Notícia

Polícias reprimem manifestações contra aumento da passagem de ônibus

Diversas prefeituras anunciaram, no final de 2015 e no início de 2016, aumentos nos preços das passagens de transporte público. Em algumas capitais e grandes cidades movimentos sociais se organizam para lutar contra o aumento e exigir a implantação da tarifa zero. A resposta do poder público às manifestações que ocorreram na sexta-feira (8), no entanto, foi a habitual: repressão policial. Os atos foram chamados pelo Movimento do Passe Livre (MPL) e contaram com o apoio e participação de diversas entidades do movimento sindical e popular, entre elas a CSP Conlutas e o ANDES-SN e suas seções sindicais.

São Paulo

Na capital paulista, os manifestantes se concentraram às 18h30 em frente ao Theatro Municipal, na região central da cidade, de onde partiram em passeata pelo Vale do Anhangabaú e pela Avenida 23 de Maio rumo à Praça da Sé. O aumento foi de 8,57% nas tarifas do transporte público em São Paulo. O preço da passagem de ônibus, metrô e trem passou de R$ 3,50 para R$ 3,80 no sábado (9). A tarifa de integração entre ônibus e trilhos [metrô e trens] passou de R$ 5,45 para R$ 5,92.

O protesto foi dispersado por volta das 19h30, por conta da forte repressão policial. A Polícia Militar entrou em confronto com manifestantes no início da Avenida 23 de Maio. O local transformou-se em um campo de batalha. A polícia jogou bombas de gás e disparou em direção à multidão. A maior parte dos participantes do ato deixou o local pelas ruas próximas ao Terminal Bandeira, no centro da cidade. Nova manifestação está marcada para o final da tarde desta terça-feira (12).

Rio de Janeiro

A manifestação contra aumento da passagem reuniu cerca de quatro mil pessoas no centro do Rio de Janeiro, no final de tarde de sexta-feira (8). Saindo da Cinelândia, passando na Assembleia Legislativa (Alerj) e seguindo até a Central do Brasil, os manifestantes prometeram continuar com a mobilização até a derrubada do valor da tarifa, que passou de R$3,40 para R$3,80 no dia 4 de janeiro. O ato, organizado por diversas entidades do movimento sindical e popular, entre as quais o ANDES-SN, suas seções sindicais, e a CSP Conlutas, terminou com repressão da polícia aos manifestantes.

Recebendo apoio dos transeuntes, os manifestantes pediram tarifa zero e estatização de todos os transportes e responsabilizaram o prefeito Eduardo Paes e o governador Luiz Fernando Pezão pelas péssimas condições dos transportes públicos, principalmente dos ônibus, que estão tendo linhas reduzidas ou extintas apesar do aumento da passagem. O valor das tarifas de trens e barcas deve aumentar no início do mês que vem para R$3,70 e R$5,60, respectivamente. A tarifa do metrô também será reajustada em abril, mas valor ainda não foi definido.

“O aumento da passagem atrapalha muitíssimo a vida do trabalhador. A qualidade do transporte público não melhora e fica cada vez mais caro e difícil para o trabalhador pagar por esse serviço, que deveria ser público, mas é gerido pelas empresas privadas, e isso levou a uma indignação dos trabalhadores. Um trabalhador leva em média 4 horas dentro do ônibus para se deslocar da sua casa-trabalho-casa”, disse Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente da Regional do Rio de Janeiro do ANDES-SN. Ele explicou que na quarta-feira (13) será realizada uma nova reunião dos trabalhadores em luta para avaliar a passeata da última sexta-feira (8) e pensar em novas mobilizações.

Além de tratar da questão do aumento da tarifa, segundo Acosta, há outras lutas que estão sendo incorporadas ao movimento como a situação vivida pelos servidores públicos do estado do Rio e os casos de demissões dos trabalhadores do setor privado. “Há uma situação particular no que diz respeito aos servidores públicos estaduais, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está em estado de greve há um mês. Com salários de professores, técnicos e funcionários atrasados, e o parcelamento do 13° salário. Além disso, há casos de demissão de trabalhadores na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. Na saúde a situação está precária com vários serviços fechados por falta de recursos, enquanto há um direcionamento de recursos para as Olimpíadas e a escassez de recursos para o funcionamento de serviços básicos para a população do estado”.

A rodoviária demitida Maura Lúcia Gonçalves, integrante da oposição rodoviária da CSP Conlutas, denunciou que trabalhadores rodoviários estão sendo demitidos em grande número, principalmente as cobradoras e cobradores, obrigando motoristas a realizarem dupla função. “O aumento da passagem é um absurdo porque só de subsídio de bilhete único o Pezão foi pra televisão dia 20 de novembro dizer que repassa R$ 600 milhões anuais pros consórcios; agora com o aumento da passagem, óbvio que vai aumentar. Nós, trabalhadores, já estamos com 25 mil rodoviários demitidos, no qual a maioria por justa causa sem receber nada, como eu. A maioria das cobradoras são mulheres, mães, sustentam casa, moram de aluguel, e os empresários não estão nem aí, chama lá, não tá precisando mais dos seus serviços e pronto. Os motoristas estão sendo obrigados a fazer a dupla função e ainda a dobrar horário, e se não aceitar leva falta”, disse a cobradora, que alega ter sido demitida por motivos políticos, afirmando que a luta contra o aumento da passagem não pode estar dissociada da luta por melhores condições de trabalho para os rodoviários.

*Com informações e imagens de Aduff-SSind e EBC.

 

 

Fonte: ANDES-SN

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