Privatização da Petrobrás: governo Bolsonaro abre mão da soberania nacional
No dia 28 de janeiro, trabalhadores da Petrobrás aprovaram, em assembleia da categoria, o indicativo de greve por tempo indeterminado. A decisão se tomou em repúdio à demissão de mais de mil trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), e ao descuprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
As demissões que têm ocorrido pelo país fazem parte da política promovida pelo governo Bolsonaro, que prevê a privatização de 17 empresas estatais, entre elas, a Petrobrás. Com isso, no dia 1º de fevereiro, a Federação única dos Petroleiros (FUP) anunciou a greve que está se estendendo pelas unidades do país.
Até a última terça-feira (4), cerca de 18 mil trabalhadores de 30 unidades do Sistema Petrobrás, em 12 estados do país, haviam aderido à paralisação. São eles: Amazonas, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os petroleiros estão organizados em acampamentos em diversas unidades, realizando atos e mobilizações. Desde sexta-feira (31), acontecem atos em frente à sede administrativa da empresa, no Rio de Janeiro, onde a Comissão de Negociação Permanente da FUP cobra que a gestão da empresa suspenda as demissões em massa no Paraná.
Na quarta-feira (5), aconteceu mais um ato. A manifestação serviu para alertar a população dos prejuízos que a tentativa de privatização da Petrobrás vem causando. Na região metropolitana de Porto Alegre, 13 quilos de gás foram vendidos a R$40. Na cidade de Canoas, botijões foram vendidos a esse valor para as cem primeiras pessoas que chegassem na Vila João de Barro, próxima à Associação de Moradores.
A categoria pretendia mostrar que o gás pode ser vendido a preço justo e mais acessível, levando em conta o custo de produção do produto, ainda mantendo o lucro das distribuidoras e da Petrobrás e a arrecadação de impostos. Atualmente, além do valor exorbitante no gás de cozinha, o brasileiro também paga uma das gasolinas mais caras do mundo.
Demissões em massa e privatização
As demissões em massa estão ligadas à política de Bolsonaro de privatização da Petrobrás. O governo vem realizando o fechamento de unidades importantes da estatal e por conta disso estão acontecendo ataques a direitos dos trabalhadores e quebra de acordos. Só no chamado Sistema Petrobrás, já aconteceram mais de 270 mil demissões entre trabalhadores próprios e terceirizados.
O aumento no preço da gasolina e do diesel, junto ao gás de cozinha, também faz parte do desmonte da empresa. Além disso, 8 refinarias, 13 terminais marítimos e terrestres e 2.226 km de dutos estão à venda, unindo a privatização de distribuidoras de combustível. A Petrobras reduziu em mais de 50% os investimentos no Brasil.
Assessoria ADUFPel
*Com informações de Jornal NH, URBS Magna e Brasil de Fato
Foto: Causa Operária