Professores das Universidades Estaduais da Bahia farão campanha contra a adesão ao Prevbahia
Governo
aprova previdência complementar, pratica a retirada de direitos e prejudica
aposentadoria dos servidores públicos
Os professores que representam as associações docentes das Universidades
Estaduais da Bahia (Ueba), em reunião em 19.01, decidiram realizar uma ampla
campanha para orientar a categoria a não aderir ao plano de previdência
complementar aprovado pelo governo, o Prevbahia. Realizada em Vitória da
Conquista, a reunião contou com a participação de professores das quatro
estaduais baianas: Uneb, Uefs, Uesb e Uesc, além de representantes do Sindicato
Nacional da categoria, o ANDES-SN.
O ano apenas começou e o novo governador da Bahia, Rui Costa, já fez o
primeiro ataque aos servidores públicos do Estado. Em 5 de janeiro, a
Assembleia Legislativa (Alba) aprovou o Projeto de Lei (PL) nº 21.024/14, que
institui ao funcionalismo público estadual um regime de previdência
complementar. Entre outros problemas, a norma fixa o limite máximo das
aposentadorias e pensões dos servidores ao Regime Geral de Previdência Social,
que atualmente possui o valor de R$ 4.390,42. Assim, abaixa o limite máximo de
aposentadoria e, caso o trabalhador necessite complementar a renda, terá que
aderir ao novo plano previdenciário. Segundo o texto da Lei 13.222/15, a adesão
é facultativa e válida apenas para o servidor que ingressar no serviço público
a partir de 13.01, data da sua publicação no Diário Oficial do Estado.
A diretoria da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb) é contrária à
norma aprovada e defenderá a categoria contra o ataque do governo do Estado aos
direitos dos servidores. Encaminhado à Alba, em dezembro do ano passado, o PL
foi aprovado em regime de urgência e sem ampla discussão com as entidades de
classe que representam os servidores estaduais. Segundo a diretoria da Aduneb,
o discurso governista engana o trabalhador ao afirmar que a citada previdência
complementar é necessária devido à crise na Previdência Social. Estudos feitos
pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil
desmentem o engodo. Dados oficiais mostram que o problema, tanto nos Estados
quanto no governo Federal, é a dívida pública adquirida pela má gestão.
Na campanha, organizada pelos docentes das Ueba, de esclarecimento da
categoria e contra a adesão ao Prevbahia, estão previstos seminários e debates
em todas as estaduais baianas. Será realizada ampla divulgação de material impresso,
como boletins, panfletos e uma cartilha de orientação sobre o assunto. A ação
será contínua durante todo o ano.
Reajuste
linear atrasado
Outro problema que já atinge os servidores públicos, neste início de
ano, é o atraso do reajuste linear de 2015. Com data-base em 1º de janeiro,
esse reajuste é um direito da categoria, previsto no Estatuto do Servidor
Público, Art. 258, e repõe as perdas inflacionárias dos salários do exercício
anterior. Nos últimos dois anos, o governo fez o pagamento somente depois da
ameaça de greve, mas, com valor abaixo do real e dividido em parcelas. Os
professores das Universidades Estaduais da Bahia estão alertas e mobilizados.
Os docentes exigem o pagamento integral da reposição inflacionária, realizado
em uma única parcela e retroativo a 1º de janeiro.
Fonte: CSP-Conlutas/Ascom Aduneb