Professores estaduais de SP aprovam greve a partir de segunda e rejeitam ato pró-Dilma
Na tarde da última sexta-feira (13/03), em assembleia no vão do
Masp, em São Paulo, os professores da rede estadual de ensino aprovaram por
ampla maioria a deflagração de greve por tempo indeterminado, a partir de
segunda-feira, em todas as unidades de ensino. Os professores da CSP-Conlutas,
assim como toda a Oposição Alternativa, acompanharam a categoria na defesa da
greve por salário digno e melhores condições de trabalho. Infelizmente, como já era previsto, a
direção da Apeoesp tentou transformar a assembleia em uma atividade de apoio ao
governo Dilma. A intenção era dar volume e peso político ao ato pró-governo
convocado para sexta, 13 de março, pela Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e outras entidades (CTB, MST, UNE e Consulta Popular).
O discurso de que os atos se enfrentariam com os ataques do
governo recém-eleito não convenceu a categoria. Os professores se recusaram a
serem usados como massa de manobra para qualquer um dos governos – seja o
estadual, encabeçado pelo PSDB, seja o federal, comandado pelo PT.
A direção executiva da Apeoesp não quis votar a participação
ou não da categoria no ato e, diante disso, a maior parte dos trabalhadores
(cerca de dois terços) deixou a assembleia após a definição da greve e seguiu
em passeata até a Praça da República, juntamente com o carro de som da Oposição
Alternativa. Apenas uma pequena parcela dos professores presentes decidiu
seguir para o ato da CUT. Para João Zafalão, uma das principais lideranças da
Oposição Alternativa (corrente sindical de oposição da Apeoesp), a decisão da
maioria dos trabalhadores é um recado às direções sindicais que seguem
defendendo o governo.
“O que presenciamos aqui apenas reforça a necessidade de que
essas organizações rompam com o governo Dilma. Repudiamos o PSDB e sua gestão
desastrosa no Estado de São Paulo e quando esteve na presidência. Sempre foram
inimigos dos trabalhadores. Mas de modo algum isso significa apoiar o governo
federal ou esconder seus erros, sob a justificativa de combater a direita.
Diante desse cenário de recessão econômica, ambos jogam sobre as costas dos
trabalhadores o preço da crise. Nenhum dos dois nos representa e essa fatura
não é nossa”. Para se ter uma ideia,
neste ano Alckmin cortou R$ 800 milhões da educação pública e Dilma mais de R$ 7
bilhões, aprofundando ainda mais a crise já aguda do sistema de ensino público
brasileiro com novas demissões, salas superlotadas e salários baixos.
A CSP-Conlutas parabeniza a disposição de luta dos
professores estaduais e reforça o chamado a todas as organizações a se somarem
na construção de mobilizações unificadas rumo a uma Greve Geral em defesa dos
direitos dos trabalhadores.
Fonte: CSP-Conlutas
Edição: ADUFPel
Fotografia: Apeoesp