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Programa de extensão leva percussão para além dos muros da UFPel

O Programa de Extensão em Percussão da UFPel (PEPEU) iniciou em 2013 para que as ações realizadas dentro das salas de aula do curso de Música pudessem ser transmitidas para a sociedade por meio da percussão. Hoje, após seis anos de atividades, o Programa conta com a participação de cerca de 40 pessoas, entre todas as suas oficinas e projetos oferecidos.

O PEPEU reúne a comunidade em geral e estudantes interessados em participar e aprender sobre os mais variados instrumentos de percussão. Há diferentes possibilidades de integração, que vão desde oficina de samba para iniciantes, não sendo necessário conhecimento prévio, até oficinas com nível de exigência maior, como a Orquestra.


José Everton Rozzini, bacharel em Percussão e mestre em Educação Musical pela Universidade de Santa Maria (UFSM), é idealizador do programa e acredita que a percussão possibilita o encontro de pessoas diferentes. São culturas, histórias de vida e conhecimentos que os unem com o objetivo de aprender mais sobre música. “Como professor, eu acredito que a educação, a cultura, a arte e, no meu caso, a música, proporcionam a transformação na vida das pessoas”, fala.


Programa proporciona transformação para estudantes

Os estudantes de Licenciatura de Música, Vanessa Ramos e Paulo Saulo, contaram suas diferentes histórias de como conheceram o PEPEU e de como o programa contribui para as suas jornadas acadêmicas.


Vanessa entrou no curso já conhecendo bastante sobre a área da música e estava desmotivada por não enxergar desafios e novas formas de aprendizado. Entretanto, nunca havia tido contato com a percussão, e, ao ser apresentada às oficinas, encontrou seu espaço dentro da Universidade. “Os projetos de extensão servem para colocar em prática o que é visto na sala”, relata a estudante.


Para Paulo, mais conhecido como Sabiá, a experiência e os caminhos que o levaram a participar foram bastante diferentes. Artista de rua por anos, ele tocava berimbau, flauta e fazia malabarismo para garantir seu sustento em Guaratinguetá (SP). Foi através de um amigo, em uma visita à Pelotas, que conheceu a UFPel e teve contato com uma oficina do PEPEU.


Anos depois, após prestar ENEM e decidir cursar Música na UFPel, ele conta que participar do programa foi uma das primeiras coisas lhe veio à cabeça. Sabiá também expõe que o PEPEU o tem ajudado a crescer e a aprender sobre música, e que foi graças ao sistema de cotas e aos auxílios para estudantes de baixa renda que a Universidade proporciona, que ele se manteve em Pelotas estudando. “Quando rolam esses anúncios de que ‘as bolsas vão ser garantidas só até tal mês’, isso afeta a parte psicológica. Porque quando você acorda já pensa que tem mais um dia de arroz e feijão garantido. Mas amanhã, sem as bolsas, não se sabe”, diz. 


Cortes orçamentários afetam programa

Os cortes orçamentários realizados pelo governo afetaram os mais diversas áreas da UFPel, entre elas os programas de extensão. O professor José Everton relata que as dificuldades vão desde problemas estruturais, como lâmpadas queimadas nos laboratórios que não podem ser trocadas por falta de dinheiro, a convites para apresentações que são recusados devido à falta de verba para transporte.

O Programa recebeu, há poucos dias, convite para tocar no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ) e para se apresentar no Museu de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e em outras cidades do estado, como Passo Fundo. Todos os convites tiveram que ser recusados, pois, segundo ele, até mesmo em Pelotas é difícil garantir deslocamento para o grupo e os instrumentos. Fora isso, também há a falta de bolsas para estudantes que fazem monitoria. Todos atuam de forma voluntária no Programa. 


Um espaço de integração

Ítalo Rocha, formando de Processos Gerenciais, entrou há pouco tempo no Programa, e relata que não consegue mais imaginar o seu período em Pelotas fora do PEPEU. Para ele, saber que não é necessário estar ligado à UFPel para participar foi tranquilizante. Não só Ítalo, mas diversos alunos de outros cursos que são ligados à música encontraram um local de crescimento dentro do PEPEU.


José Everton relata que muitas pessoas de dentro e fora da Universidade contribuíram para o desenvolvimento do Programa de Extensão, “Muitas delas deixaram sua energia nos nossos tambores e nas partituras”. E ressaltou a necessidade de fortalecer as instituições públicas de ensino, que oferecem espaço para integração com a comunidade, ultrapassando os “muros” da Universidade.


“A nossa palavra é resistência e gratidão. Resistência a esse movimento de esfacelamento de tudo que há de bom para o povo, e gratidão a todas as parcerias que a gente vem constituindo nos últimos anos”, completa o organizador do PEPEU. 


Saiba mais sobre o Programa nos vídeos abaixo:




Assessoria ADUFPel

Fotos: Assessoria ADUFPel


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