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Projeto da UFPel levará informações sobre saúde à comunidade surda de Pelotas

O município de Pelotas possui uma população de aproximadamente mil surdos e surdas. As dificuldades na comunicação entre profissionais da área de saúde com esta comunidade são grandes. Além disso, existe uma carência de informações sobre saúde em Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que acaba prejudicando no autocuidado. Pensando nisso, docentes da UFPel criaram o projeto de extensão Comunica Saúde, cuja proposta é levar atividades de educação em saúde a pessoas surdas.


Coordenado pela professora do curso de Enfermagem Michele Mandagará, sindicalizada da ADUFPel-SSind, o Comunica Saúde é desenvolvido por ela e pelos docentes de libras da UFPel Aline Kaster e Maiquel Cristian Fetter, também sindicalizados da Seção Sindical. O projeto está em fase inicial de execução, com o desenvolvimento de materiais visuais. Em breve, começarão as atividades instrutivas sobre cuidados gerais,  manutenção e preservação da saúde na Associação dos Surdos de Pelotas. 


A professora Michele conta que a ideia do Comunica Saúde surgiu a partir de uma demanda dos estudantes de Enfermagem, que há alguns anos vêm solicitando uma disciplina de libras no curso, a fim de que possam desenvolver a habilidade de se comunicar com pessoas surdas nos atendimentos. “Os estudantes precisam ter facilidade para se comunicar com todas as pessoas, surdas e não surdas”, diz a docente, que ressalta a importância do enfermeiro dentro duma comunidade e o caráter universal do Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa estar preparado para receber todos os tipos de pessoas.


Falta de informações

A professora Aline Kaster salienta que o projeto é importante para proporcionar acessibilidade na área da saúde. “Eu vejo que faltam informações sobre cuidados e sobre diversos tipos de doenças. As informações não são detalhadas para os surdos, que acabam às vezes adquirindo uma doença por falta de conhecimento. São diversos tipos de problemáticas que são ocasionadas pela falta de comunicação e isso prejudica muito os surdos”, explica. 


Ela também conta que, quando a pessoa surda precisa ir ao hospital, pode se sentir envergonhada pela dificuldade da comunicação e acabar desistindo do atendimento. Como não é comum que os profissionais da saúde saibam a linguagem de libras, a comunicação geralmente se dá por escrito, o que também é um problema. “Os médicos escrevem numa linguagem que muitas vezes o surdo acaba não tendo conhecimento, porque a nossa língua materna é a língua de sinais e o português é a nossa segunda língua. O surdo às vezes acaba indo embora por vergonha, porque não entendeu o que foi dito naquela escrita ou porque não entendeu o que o médico falou”. Assim, conforme explica, pode acontecer dele ir embora ainda doente.


Outro problema, lembrado pela professora Michele, é a questão vacinal, já que nem sempre as campanhas são realizadas em linguagem de sinais. Por isso, o projeto pretende elaborar materiais relacionados a todas essas questões. Um primeiro vídeo explicativo, sobre hipertensão arterial, já está em fase final de construção.


Propiciando acessibilidade

As professoras Aline e Michele e o professor Maiquel ressaltam que a ideia do Comunica Saúde é proporcionar a acessibilidade nas questões relacionadas à saúde, contribuindo para a diminuição do sofrimento causado pelas dificuldades na comunicação. “As trocas serão bem positivas para que os surdos se cuidem mais, para que saibam como procurar um médico e o que pode estar acontecendo com o corpo deles”, avalia Maiquel. 


Além do benefício direto no cuidado à saúde, para a professora Aline o projeto pode também despertar a vontade de que as pessoas se comuniquem mais com as pessoas surdas. “Nós estamos muito felizes com a realização desse projeto porque ele abre muitas portas para a comunidade surda”.


Michele também observa que, no cenário atual, a preocupação com a inviabilização do projeto devido aos cortes orçamentários é uma realidade. Mas a ideia é que ele permaneça indefinidamente. “Que bom que existe a universidade e que bom que a gente pode estar levando a universidade para fora dos muros dela”, afirma. 



Para saber mais informações sobre o projeto, entre em contato através do e-mail enfermagemcolegiado@gmail.com


Assessoria ADUFPel

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