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Quilombolas, indígenas e camponeses completam 8 dias de greve de fome no Maranhão

Manifestantes estão acampados na sede do Incra/MA


Representantes das comunidades quilombolas, indígenas e camponesas do Maranhão ocuparam a sede da Superintendência Regional do Incra no último dia 8, na capital São Luís, para pressionar pela celeridade e ações efetivas no processo de regularização e titulação de seus territórios. As comunidades vivem clima de insegurança, ameaçadas pelo agronegócio e pelos coronéis do latifúndio no estado do Maranhão. 


Diante da indiferença das autoridades constituídas (federais e estaduais), oito pessoas permanecem, há oito dias, em greve de fome, na sede do Incra, em São Luís do Maranhão. São elas: Valdenilde Gamela (indígena, 25 anos), Maria Doracy Ferreira (quilombola, 36 anos), Maria da Conceição (Concinha, quilombola, 46 anos), Antônio Pereira (camponês, 52 anos) Naildo Braga (quilombola, 33 anos), Deusdeth Martins (quilombola, 53 anos), Lurdilene de Jesus (quilombola, 25 anos) e Ivonete Galvão (quilombola, 44 anos).


“A greve de fome coletiva foi definida após uma assembleia geral. Esse ato extremo representa a urgência do cumprimento das pautas apresentadas pelo movimento. A origem do problema está no caráter genocida e racista do estado brasileiro, com o qual o governo Dilma esta comprometido. As ações deste governo privilegiam seus compromissos com o modelo de desenvolvimento voltado para os grandes projetos, agronegócio e latifúndio. Isso resulta no total sucateamento dos órgãos que deveriam executar a política fundiária em favor dos povos e comunidades tradicionais”, aponta a nota de apoio ao movimento, assinada por 29 organizações sociais e sindicais, entre elas a Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma Seção Sindical do ANDES-SN).


Representantes do Movimento Quilombola do Maranhão (Moquibom), que integra a luta dos quilombolas, indígenas e camponeses acampados na sede do Incra, estiveram presentes na assembleia dos professores da UFMA, na manhã desta segunda-feira (15). Os docentes estão em assembleia permanente, enquanto durar a greve da categoria, iniciada na semana passada.

“O nosso apoio é, sobretudo por compreender que as populações tradicionais já não aguentam mais o descaso dos governos. Dessa forma, nos somamos ao movimento exigindo cumprimento da Constituição de  1988, que reconhece às comunidades quilombolas a propriedade definitiva dos seus territórios”, disse a diretora de Relações Sindicais da Apruma SSind., professora Claudia Durans.


A professora do Departamento de Enfermagem da UFMA e diretora da Regional Nordeste I do ANDES-SN, Sirliane Paiva tem orientado permanentemente os grevistas privados de alimentos. ‘”Desde o primeiro momento estivemos avaliando o grupo. Observamos que dos 26 que iniciaram a greve de fome, pelo menos 18 não apresentam condições de permanecer, o que foi confirmado em seguida pela equipe médica. Mas a partir do sexto dia a situação começa ficar critica. Por isso, desejamos que haja logo uma decisão e se evite o pior”.


Antonio Nonato, do Moquibom, explicou que o ato extremo ocorre diante da falta de compromisso e respostas por parte do Incra. “Desde 2003, foi publicado o decreto que definiu os procedimentos para a titulação de nossas terras. Em 2011, depois de muita luta, inclusive outra greve de fome, o governo contratou 34 laudos antropológicos. Mas dois anos depois os laudos não foram concluídos, e, em maio, tivemos a informação de que o Incra cancelou o contrato com a empresa. A nossa luta é em defesa de nossos jovens, de nossos filhos, de nossas vidas”, disse.


Com informações da Apruma SSind. Imagem de Eu Apoio a Luta dos Acampados no Incra-MA.



Fonte: ANDES-SN

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