Reitoria da USP corta ponto de trabalhadores em greve
Os servidores técnico-administrativos da Universidade de São Paulo (USP), em greve desde 12 de maio, tiveram o ponto cortado por decisão da reitoria da instituição. Os grevistas não receberam parte do salário de maio, proporcional ao início da greve, e nem o salário do mês de junho.
Bruno Gilga, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), afirma que a decisão da reitoria da USP deixou centenas de trabalhadores sem salário e com dificuldades. “O Sintusp encara essa decisão como uma clara violação do direito de greve, com intuito de coibir o movimento dos trabalhadores. Exigimos a imediata devolução dos salários”, afirma o trabalhador da USP.
De acordo com o diretor do Sintusp, como a administração da universidade foi intransigente na negociação, o sindicato levou a questão à justiça. Já os docentes da USP, que estiveram em greve de 30 de maio a 30 de junho, não tiveram seus salários cortados pela reitoria. Procurada, a administração da USP não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Entre as reivindicações da greve dos trabalhadores da USP, além da devolução imediata dos salários cortados, estão: reajuste salarial de 12,8%, manutenção do espaço físico da sede do Sintusp na universidade e o fim do desmonte da USP.
Solidariedade
Os docentes da USP incorporaram a campanha de solidariedade aos trabalhadores que tiveram o ponto cortado. Em mensagem, a Associação dos Docentes da USP (Adusp SSind) ressalta que as conquistas da greve podem beneficiar a todos e pede o apoio de toda a categoria.
Após greve de mais de trinta dias, os docentes deliberaram em assembleia realizada no dia 30 de junho, pela suspensão da greve, mantendo a mobilização, com assembleia permanente. A categoria decidiu pela realização de dias da mobilização semanais, durante todo o mês de agosto, com debates em diferentes unidades sobre o processo de desmonte da USP.
*Foto: Sintusp
Fonte: ANDES-SN