Os trabalhadores de transporte público de Fortaleza (CE) decidiram por deflagrar greve por tempo indeterminado na próxima terça-feira (7/7). A paralisação foi aprovada por unanimidade em assembleia, nesta quarta-feira (1/7). Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 13%, R$ 13 no vale-alimentação e R$ 130 na cesta básica. O sindicato patronal, no entanto, apresentou proposta de reajuste 8,34% apenas para o salário, e se retirou da mesa de negociação.

“Se não há com quem fazer acordo, não há como negociar, nós queremos uma negociação justa para nossa categoria, mas eles (patronato) abandonaram as negociações”, afirmou Sérgio Barbosa, vice-presidente do Sintro-CE, que representa os rodoviários.  Com data-base em 1º de maio, a categoria busca chegar a um acordo há quatro meses, porém o sindicato patronal se retirou da mesa de negociação e faltou ao esforço da Câmara Municipal de Fortaleza, que realizou uma Audiência Pública Sobre as Campanhas Salariais no dia 19 de junho.

De acordo com o Sintro, a pauta de reivindicação foi modificada em busca da manutenção da negociação, como por exemplo, o valor da cesta básica de R$ 150,00 para R$ 130,00 e os 18% de reajuste salarial para 13% e o vale alimentação para R$ 13,00. “Tivemos que reajustar todos os valores e não abrimos mão dos 100% de plano de saúde, mas ainda assim não aceitam, eles estão massacrando a classe trabalhadora e nós temos que nos unir” declarou Domingos Neto, também dirigente do Sintro-CE.

A categoria, que hoje compreende 10 mil trabalhadores em sua base, realiza, desde junho, paralisações para chamar atenção da entidade patronal sobre a possibilidade de uma greve. A diretoria do sindicato pretende distribuir uma carta à população explicando os motivos da greve e informando data e horário de início das mobilizações.

Operários da construção civil já estão em greve

Os trabalhadores da construção civil de Fortaleza também decidiram por greve na quarta-feira (1/7) contra a intransigência da patronal, que criminaliza o movimento e não negocia. Os operários fazem paralisações nos canteiros de obras, com passeatas pelas ruas da cidade ontem e nesta quinta (2/7).

A categoria exige 14% de reajuste salarial, aumento no valor da cesta básica para R$ 130 e plano de saúde. As empresas, por meio do sindicato patronal, oferecem 7,68% de aumento no salário, que corresponde à inflação de março, e cesta básica de R$ 96 (aumento de R$ 6).

Unidade

O dirigente da CSP-Conlutas do Ceará, Zé Batista, destaca que ambas as categorias estão unidas para arrancar o atendimento de duas reivindicações. “Esses trabalhadores estão realizando assembleias, paralisações e atos e prometem intensificar ainda mais as ações, com o apoio de outros sindicatos organizados pela Central no estado, e mostrar a força que tem a unidade dos trabalhadores. Vamos seguir lutando até o atendimento das reivindicações desses trabalhadores”, destacou.

Repressão

Em ato de repressão à organização política, Zé Batista, da CSP-Conlutas, foi preso no dia 24 de junho por apoiar e participar da paralisação de duas horas dos trabalhadores rodoviários em estado de greve. O dirigente sindical já foi solto. Leia mais aqui.

Com informações do Sintro (CE) e STICCRMF, edição de ANDES-SN.