Senado aprova MP 665 e restringe direitos trabalhistas
A Medida Provisória
(MP) 665/2014 foi votada ontem pelo Senado, sendo aprovada por 39 votos contra
32. A MP 665 endurece as regras para obtenção de seguro-desemprego e abono
salarial e foi a primeira das medidas de austeridade do governo a chegarem ao
Senado, seguindo agora para a sanção da presidência.
Hoje (27), outra medida de
ataque aos direitos trabalhistas passa por votação no Senado, a MP 664. Esta
medida altera a concessão de auxílio doença e pensão por morte. Caso ambas
sejam aprovadas, o governo prevê uma economia de R$18 bilhões. O número pode
parecer alto – e de fato é uma conta alta para o trabalhador, principalmente
aquele mais jovem, recém chegado ao mercado de trabalho – mas, para o Tesouro,
em comparação ao que deixa de arrecadar das grandes empresas, é um valor
pequeno.
De acordo com documento do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
“as várias medidas de apoio e benefícios ao setor empresarial adotadas pelo
próprio Governo nos últimos anos - como a redução de alíquotas de IPI e
desonerações, entre outras - representaram cerca de R$ 200 bilhões a título de
renúncia fiscal, ou seja, de recursos que o Tesouro Nacional deixou de
receber”. Deste número, R$26 bilhões deixaram de ser arrecadados pelo governo
apenas em benefícios fiscais concedidos ao setor automotivo, o mesmo que foi
responsável pela demissão de milhares de trabalhadores desde o ano passado.
A penalização ao trabalhador
com os pacotes de ajustes anunciados neste ano conduziu entidades sindicais,
movimentos sociais e estudantis a se organizarem. Diversos atos, paralisações e
manifestações já foram realizados e nessa sexta-feira (29), ocorre o Dia
Nacional de Paralisação e Manifestações, um dia nacional para manifestar o
repúdio ao Projeto de Lei (PL) 4.330 e às MP’s 664 e 665.
Em Pelotas, a partir das 9h, os trabalhadores estarão concentrados no chafariz do calçadão e ocorrerá um ato, com panfletagem
e caminhada até o largo do Mercado Público.
*com informações do portal do
Senado Federal
Foto: Moreira
Mariz/Agência Senado