STF adia julgamento sobre criminalização da homofobia
O STF (Supremo Tribunal Federal) adiou para a próxima
quarta-feira (20) o julgamento sobre a criminalização da homofobia. O tema
começou a ser debatido na quarta-feira e foi retomado na tarde de ontem (14),
no entanto a sessão foi suspensa. A pauta é reivindicação histórica da
população LGBTT.
O juízo é baseado na ADO 26 (Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão) e do MI 4733 (Mandado de Injunção). Nas duas
ações, apresentadas pelo PPS (Partido Popular Socialista) e pela Associação
Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) pedem a criminalização de
todas as formas de ofensas, individuais e coletivas, homicídios, agressões e
discriminações motivadas pela orientação sexual e/ou identidade de gênero, real
ou suposta, da vítima. Ainda foram analisadas se as discriminações por
orientação sexual e por identidade de gênero devem ser consideradas crimes
equivalentes ao racismo.
Os ministros devem definir se o Supremo pode criar regras
temporárias para punir agressores do público LGBT. Isso se justifica devido à
demora da aprovação da matéria no Congresso Nacional. Pelo atual ordenamento
jurídico, a tipificação de crimes cabe ao Poder Legislativo, responsável pela
criação das leis.
O crime de homofobia não está tipificado na legislação
penal brasileira. Nos casos envolvendo agressões contra LGBTTs, a conduta é
tratada como lesão corporal, tentativa de homicídio ou ofensa moral.
Números
da violência
Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), que monitora a
violência contra LGBTTs no país, em 2018 houve ao menos 420 mortes relacionadas
à LGBTfobia. Ou seja, todos os dias um LGBTT é vítima da opressão, o que faz do
Brasil recordista nesse tipo de crime.
Em 2018, foram contabilizados 445 assassinatos. O que representa uma morte a cada 19 horas. As cifras englobam
casos de assassinatos e suicídio. Vale destacar que a maioria das vítimas é
travestis ou transexuais.
Assessoria ADUFPel e ANDES-SN
* Com informações de STF
Foto: Clipping LGBT