Trabalhadores terceirizados da limpeza da UFPel voltam a trabalhar
O questionamento quanto à terceirização, entretanto, continua
A greve dos funcionários terceirizados, iniciada ontem, teve seu desfecho hoje (06), após grande mobilização que culminou com o pagamento dos vales-alimentação que estava atrasado. Os trabalhadores são representados pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Pelotas.
Os perigos da terceirização
A terceirização tem sido debatida
nos últimos anos e, em especial, com a apreciação do Projeto de Lei (PL) 4.330,
pelo Congresso Nacional no último mês de abril. Agora, segue para votação no
Senado.
Diversos movimentos sindicais e
sociais vêm apontando os perigos da aprovação do PL, que implica em ampliação
da utilização da terceirização para atividades-fim em todo o tipo de empresa
(pública, mista, privada).
Vários direitos trabalhistas são
atacados como a isonomia de direitos entre trabalhadores terceirizados e os
contratados diretamente, a diferenciação interna entre trabalhadores, a demora
nos processos trabalhistas, entre outras. A LEI da TERCEIRIZAÇÃO pode ser a
maior derrota popular desde o golpe de 64, pois sela o desmonte iniciado por
FHC e em andamento desde então. Como resultado, se vê a perspectiva de
desemprego, por um lado e, de outro, a ampliação dos lucros desvinculados do
aumento das vendas.
Segundo o ministro do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) José Roberto Freire Pimenta, em palestra realizada no dia 11 de abril na Escola Judicial, a terceirização
aumentou a demanda de processos trabalhistas, sendo que entre 30% e 40% dos
processos que chegam ao TST envolvem empresas terceirizadas.
Os trabalhadores terceirizados da
UFPel têm sentido os reflexos dessa modalidade de trabalho. Um exemplo
encontra-se em medidas adotadas pela UFPel e a empresa BH, que subcontrata os
funcionários. O número de funcionários da limpeza foi reduzido, mas as áreas
que precisam ser limpas, não diminuíram. Além disso, os salários são baixos e é
constante o atraso de pagamentos e as ameaças de demissão.
É preciso mobilizar contra o PL 4.330!
O ataque aos direitos trabalhistas e sociais vem sendo a estratégia do governo para sustentar-se na crise econômica que vivencia, protegendo aqueles que se beneficiam do mercado financeiro e dela própria. Estas medidas vêm nos sendo impostas como essenciais para conter as dívidas do Estado.
Assim, é preciso lutar contra o
ataque aos serviços públicos e contra projetos que precarizem as condições de
trabalho, contra o arrocho salarial e os cortes dos nossos direitos.
Assessoria ADUFPel
* com informações de TRT4