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Trabalhadores/as dos Correios entram em greve por direitos e contra privatização da estatal

Os/as trabalhadores/as dos Correios de todo o país mantêm-se em greve. No Rio Grande do Sul, cerca de 80% da categoria está paralisada, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintect-RS). A greve iniciou na terça-feira (10), após deliberação das assembleias gerais realizadas por 36 sindicatos das bases das federações nacionais (Fentect e Findect).


Os/as funcionários reivindicam manutenção de direitos e posicionam-se contra a possível privatização da estatal. A pauta envolve a luta contra a exclusão dos pais dos/as empregados/as do plano de saúde, contra o desmonte do Acordo Coletivo e contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8% - valor menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).


De acordo com o Sintec-SP, é possível que o governo federal tenha ordenado que a direção da empresa não negocie com os/as trabalhadores/as. Em denúncia, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) afirmou que "a intenção do governo e da direção da ECT [Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos] é acabar com os benefícios da categoria". Em nota, o sindicato afirma que a direção da ECT e o governo objetiva "reduzir radicalmente os salários e benefícios a fim de privatizar a companhia". Segundo os dirigentes, o processo de privatização inicia com o desmonte dos acordos coletivos para entregar a empresa “mais enxuta” aos compradores. 


Privatização é prioridade para Bolsonaro

A privatização dos Correios tem sido tratada com prioridade por Jair Bolsonaro (PSL) desde maio deste ano, que afirma que os Correios são locais de “aparelhamento político”. Ela faz parte de um pacote de privatização de nove empresas estatais brasileiras. 


De acordo com declaração do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no dia 21 de agosto, foram iniciados os estudos do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que incluem as seguintes empresas: Telebras, Correios, Porto de Santos, DataPrev, Cesagesp, Emgea (Empresa Gestora de Ativos), ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias), Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada). Parte de ações do Banco do Brasil também foi autorizada à venda.


Estatal é lucrativa 

A medida é repudiada pela categoria e pelo sindicato, que afirma que a estatal não precisa de recursos do governo. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, após prejuízos registrados entre 2103 e 2016, obteve um lucro líquido de R$ 667,3 milhões em 2017 e de R$ 161 milhões em 2018. 


Além disso, a empresa possui um índice de entrega das encomendas no prazo de 99% e presta diversos serviços essenciais para a população, como Banco Postal/INSS/identidade/concursos/votação/IPVA/IPTU/CPF e dezenas de outros. E entrega milhões de livros nas escolas todo ano e remédios nos hospitais.


Os Correios estão presentes em todo território nacional. Com a privatização, agências que não forem lucrativas poderão ser fechadas, deixando municípios ilhados, e as tarifas dos serviços poderão aumentar. 


Brasileiros/as dizem não às privatizações 

Conforme pesquisa do Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, a maioria dos/as brasileiros/as rejeita o projeto de privatização de empresas públicas e desmonte do Estado defendido pelo governo. Os dados apontam que 67% da população é contra as privatizações e apenas 25% é favorável. Os demais se disseram indiferentes ou não souberam responder.


Assessoria ADUFPel

Com informações e foto de Sintec-RS, Sintec-SP, Valor Econômico e Brasil de Fato.


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