UFPel paralisada: docentes defendem a educação pública e de qualidade
Ato no Campus Anglo e debate na sede da ADUFPel fizeram parte das
atividades realizadas nesta terça-feira (7)
A Universidade
Federal de Pelotas (UFPel) paralisou suas atividades nesta terça-feira. A
mobilização foi deliberada, por unanimidade, em Assembleia Geral ocorrida no
dia 25 de março e faz parte da programação da Jornada Nacional de Lutas – 7 a 9
de abril, que integra a agenda da Campanha Salarial Unificada dos Servidores
Públicos Federais (SPF).
Em Pelotas, a
paralisação iniciou às 9h com um ato no Campus Anglo e contou com a mobilização
da Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel) e da categoria pela Universidade.
Entre as reivindicações estão: a defesa de serviços públicos de qualidade, a
posição contrária às privatizações, terceirização, diminuição de direitos e
precarização, o corte de R$ 7 bilhões no orçamento da pasta da educação e a
reivindicação por melhores condições de trabalho.
O professor de
Teatro, Daniel Furtado, falou sobre a crise na educação e afirmou que “um
movimento de reivindicação é construído através de pessoas e para outras
pessoas. Quando a gente pensa nessa universidade pública, gratuita e de
qualidade, a gente está pensando nos 12 mil alunos da UFPel e nas centenas de
milhares de estudantes que estão dentro das universidades do Brasil e que podem
e merecem ter um ensino muito melhor. Não é uma luta de uma categoria, é uma
luta de toda uma nação”.
Furtado também
mencionou as causas dessa crise e as demandas urgentes. “É claro que agora a
nossa paralisação está ligada diretamente à política econômica da Dilma,
política essa que determinou que o orçamento do Ministério da Educação tenha um
corte de 30%. E o slogan da Dilma, “pátria educadora”, é uma hipocrisia. Como
podemos falar que estamos preocupados em educar nossos jovens, crianças e
adultos sendo que uma das primeiras medidas é um corte de 30% de orçamento?
Dentro da Universidade já existe um déficit de funcionários, de professores e
isso vai ser mais afetado ainda. Também prejudica todas as despesas de custeio,
incluindo viagens, diárias e outras atividades-fim e atividades-meio que já estão
sendo congeladas”, afirmou.
Estudantes apoiaram a
paralisação e levantaram demandas sobre a crise econômica que prejudica a
educação em todos os setores. “Nós tivemos cortes em bolsas, em Mestrado,
Doutorado e em várias áreas que afetam a Universidade. Creio que a movimentação
é necessária, principalmente quando a gente está vendo uma crise e cortes das
áreas sociais, como a educação. A gente não pode deixar isso passar”, afirmou o
aluno do curso de História, Sérgio Estevão Silveira.
No início da tarde, na sede da ADUFPel, representantes das três categorias estiveram reunidos para debater os rumos da educação e as próximas ações a serem realizadas. De acordo com o diretor da ADUFPel, Júlio César Spanó, “a discussão foi extremamente proveitosa por conta das visões e das reflexões abordadas a respeito do contexto político atual. Não só localmente como nacionalmente. Fiquei contente de ver aqui alunos do primeiro semestre do Curso de Animação da UFPel, extremamente engajados no movimento. Isso é positivo, pois representam o futuro". Sobre as mobilizações futuras, falou: “espero que as mobilizações aumentem e que consigamos defender a educação pública, gratuita e de qualidade, fazendo com que 10% do PIB seja direcionado a ela e que consigamos impedir que o PL 4330 seja aprovado".
Como
parte da intensificação das ações e da luta, de 15 a 24 de abril acontecerão
rodadas de assembleias gerais (AG) que terão o resultado avaliado na próxima
reunião do Setor da Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) – 25 e 26
de abril. A ADUFPel chamará a sua AG para este período. Fique atento,
professor!
Técnicos paralisam por três dias
Enquanto acontecia o
ato organizado pela ADUFPel, a Associação dos Servidores da Universidade
Federal de Pelotas (ASUFPel) deliberava, em assembleia, paralisação de três
dias (7, 8 e 9 de abril) o indicativo de greve para o começo de maio. Alguns
técnico-administrativos foram para o ato no Anglo para fortalecer a luta. “As
nossas principais reivindicações são uma política salarial permanente com data-base
e reposição inflacionária anual, reajuste de 27,2% porque, somente no governo
Dilma e somado à previsão da inflação do ano de 2015, a nossa perda chega a
25%, sendo ¼ do salário apenas no governo atual. O que a gente pede é pouco, é
só a reposição desses anos”, falou o técnico Luan Badia. A técnica da
Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan), Therezinha D’Ávila,
também manifestou concordância com o ato. “Apoio totalmente a paralisação. Tudo
o que se conseguiu foi com muita luta e muito esforço”, destacou.
Veja mais fotos da
paralisação na nossa galeria: http://goo.gl/gc3A7q
Assessoria ADUFPel