Unidade foi a palavra de ordem no primeiro dia do Seminário dos Servidores Federais
Análise de conjuntura e falas das
entidades apontam 2015 como um ano duro para os servidores federais
No primeiro dia do
Seminário Nacional dos Servidores Federais (14), a necessidade de superação das
divergências para a construção da unidade entre as diferentes categorias do
serviço público federal foi apontada como essencial para o enfrentamento em 2015.
O encontro, que conta com mais de 300 participantes inscritos, teve início com
a saudação dos representantes dos sindicatos nacionais, federações e Centrais
Sindicais que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos SPF.
Em sua fala, o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo destacou a vitória do Fórum por conseguir realizar o Seminário ainda neste ano, um reflexo do esforço de unidade e articulação das entidades envolvidas. Rizzo comentou que a expectativa em relação ao encontro era muito grande, uma vez que a previsão é de que 2015 será um ano de grandes embates para os SPF e para toda a classe trabalhadora.
“Vai
ser um ano difícil. Já foram mencionados diversos projetos de lei que são
verdadeiros ataques aos nossos direitos. Nós da área da Educação temos uma
preocupação muito grande e, junto com representantes de vários outros
segmentos, continuamos a luta contra a Ebserh, contra a privatização dos HU. Já
nos foi ameaçado, e deverá aparecer em 2015, a proposta de contratação de
professores via organização social, o que sinaliza que disposição não é mais
contratar docentes por concurso público”, comentou o presidente do
ANDES-SN.
Rizzo
completou sua saudação ressaltando que poderia enumerar diversos ataques que
deverão ocorrem no próximo período e conclamou a unidade entre os SPF. “O que
não vai poder acontecer no ano que vem é a nossa divisão. Por que, se
estivermos divididos, o rolo compressor vai passar. Então, nós vamos à luta!
Vamos sair deste seminário fortalecidos e construir a nossa campanha de 2015 na
perspectiva de mobilização da categoria”, finalizou.
Durante a mesa de
análise de conjuntura, que contou com a explanação de representantes das três
centrais sindicais que integram o Fórum Nacional dos SPF – CSP-Conlutas, CTB e
CUT – foram ressaltadas as várias mobilizações e greves realizadas no último
período, os diversos ataques sofridos pelos trabalhadores em 2014, os
resultados das eleições e o que isso representa para a conjuntura do
país.
Conjuntura
Falando
pela CSP-Conlutas, Joaninha Oliveira, fez uma análise da crise internacional e
das mobilizações dos trabalhadores em diversos países como Inglaterra,
Portugal, Itália, Bélgica, Grécia, Austrália, China e vários da América Latina.
Lembrou que em todo o mundo os trabalhadores estão sob ataques e a perspectiva
é de acirramento dos embates no próximo ano. Lembrou a importância de
unificação da luta não só entre os trabalhadores do serviço público, mas também
do setor privado, e também do fortalecimento do internacionalismo.
A
representante da CSP-Conlutas lembrou os diversos movimentos grevistas
realizados em 2014 e apontou os desafios para 2015, com destaque para a
política de cortes no orçamento já anunciada pelo governo, a retirada de
direitos já em curso, especialmente dos trabalhadores aposentados, o ataque ao
direito de greve, e a política fiscal que deve seguir beneficiando os Bancos e
o capital financeiro.
Após a análise de
conjuntura pelas Centrais, as falas dos participantes apontaram para a
necessidade de unificação da luta e fortalecimento da mobilização, pois, na
avaliação dos representantes das diferentes categorias de servidores, 2015
promete ser um ano de fortes ataques aos direitos dos trabalhadores e
intensificação do desmonte do serviço público.
Na
opinião de Joaninha Oliveira, o seminário propiciou um amplo debate, com uma
mesa de conjuntura plural, onde os diversos atores puderam expor suas análises.
“Eu achei o primeiro dia espetacular, porque a presença é bastante
significativa e representativa, e creio que os grupos de sábado e a finalização
do seminário no domingo vão indicar para 2015, ou ainda para esse ano, um
intenso calendário de lutas”, avaliou.
O
presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, considerou muito significativa a
participação de mais de 300 servidores federais, vindo de várias partes do
país. Rizzo ressaltou ainda o espírito de unidade presente nas manifestações e
análise dos representantes das três centrais sindicais e de todos daqueles que
se manifestaram “desejosos de que a gente consiga reconstruir a unidade dos SPF
nesse campo de adversidade, perante uma conjuntura difícil, sabendo que há
divergências e que essas divergências são naturais e que, com democracia, nós
vamos conseguir construir essa unidade”.
O Seminário
O
Seminário Nacional dos Servidores Federais é organizado pelo Fórum dos SPF,
composto por 28 entidades sindicais e três centrais sindicais. O evento tem
como objetivo definir os eixos da Campanha Unificada dos SPF para 2015. Além
dos diretores nacionais do ANDES-SN, participam também representantes de 21
seções sindicais do Sindicato Nacional.
No sábado (15), os mais de 300 inscritos participam de grupos de trabalho onde debatem a intensificação das privatizações, terceirizações e a precarização do trabalho dos servidores públicos, bem como a conjuntura política, e de uma mesa sobre os elementos da Campanha Salarial 2015, com a presença de técnicos do Dieese, Diap e Ilaese. No domingo (16), será apresentada a sistematização dos relatórios dos grupos e leitura das propostas apresentadas e encaminhamentos.
Fonte: ANDES-SN