Vigilante da UnB é agente secreto da Abin
A Carta Capital descobriu que um agente secreto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) atua como vigilante da Universidade de Brasília (UnB) de maneira disfarçada. O espião é Oficial de Inteligência do órgão, cargo do topo da carreira da Abin.
Foi o Ministério da Educação (MEC) que vazou a informação, que deveria ser sigilosa. No final de 2019, o MEC disponibilizou um sistema que deu acesso a empresas de Clubes de Descontos aos dados de milhões de servidores públicos. Só que as empresas selecionadas pelo ministério foram alvo de contestação na justiça, já que a escolha favorecia a Allya, ligada ao banco BTG, fundado por ninguém menos que Paulo Guedes, ministro da economia.
Foi nessa apuração que surgiu a informação sobre o agente da Abin que atua como vigilante na UnB. A notícia foi divulgada pelo jornal Metrópoles e confirmada pela Carta Capital. Em nota à Carta Capital, a reitoria da UnB disse ter recebido “com surpresa e preocupação” a notícia sobre o agente infiltrado.
“A Universidade ainda está analisando as informações disponíveis a respeito do caso e avaliando as medidas cabíveis. É importante destacar que as universidades são espaços de diversidade e exercício da liberdade de expressão e de cátedra, princípios constitucionais que vigoram em um Estado democrático como o brasileiro”.
Dados de servidores à deriva
Foi a Markt Club, que já atua como Clube de Descontos em algumas carreiras do serviço público, que contestou o sistema do MEC. A Markt Club atende, inclusive, a Associação de Servidores da Abin (Asbin).
Segundo a empresa, o processo seletivo do Ministério não tinha garantias contra o vazamento de dados pessoais do funcionalismo público. A ação foi extinta pelo juiz Adverci Rates Mendes de Abreu, da 20a Vara Federal de Brasília sem decisão de mérito.
Segundo o MEC, as empresas de Clube de Descontos selecionadas assinaram um “termo de credenciamento”. No item E da cláusula 2 do termo, o Ministério da Economia compromete-se a preservar os dados dos servidores: “Não haverá repasse, pela APF, de informações pessoas de servidores públicos, aposentados ou pensionistas”.
No entanto, o ministério suspendeu o acesso ao sistema após o vazamento da informação da espionagem da UnB.
Fonte: Carta Capital e Jornal Metrópoles
Edição de Assessoria ADUFPel com imagem de Abin