Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG, reunidos virtualmente no final da tarde desta quarta-feira (23), em Assembleia Geral (AG) Permanente da ADUFPel, deliberaram por manter o indicativo de greve, sem definição de data para a deflagração do movimento paredista, que estava previsto para iniciar hoje. Os docentes decidiram reafirmar a construção da mobilização, fortalecendo a agenda de lutas apontada pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais). 

A decisão por manter o indicativo da greve unificada dos Servidores Públicos Federais (SPF) em aberto foi tomada pelo Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do ANDES-SN na última segunda-feira (21). Nela, representantes de 40 Seções Sindicais, reunidos remotamente, avaliaram que o quadro geral não demonstra ainda condições objetivas para a deflagração. 

Conforme a secretária geral da ADUFPel, Celeste Pereira, que representou a entidade no encontro do Setor junto à primeira secretária, Elaine Neves, algumas questões adversas foram determinantes para que esse caminho fosse escolhido, como calendários distintos nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), devido ao trabalho remoto desenvolvido durante a pandemia. 

A questão foi reforçada pelo primeiro vice-presidente, Luiz Henrique Schuch: “A identificação é de que o compasso do conjunto de servidores federais não é idêntico”, atentou. Segundo o docente, o panorama, neste momento, aponta para seguir aumentando a pressão junto ao governo, para que as demandas do funcionalismo público sejam atendidas, tendo como prioridade a recomposição salarial de 19,99%. 

Mobilização continua

Desde o dia 18 de janeiro, data em que foi protocolada a pauta de reivindicações no Ministério da Economia, a perspectiva de greve e a organização das categorias de servidores, que vêm promovendo uma série de ações, principalmente no Distrito Federal, resultou no primeiro encontro (confira aqui) com representantes da pasta na tarde desta terça-feira (22), com as entidades que compõem o Fonasefe. 

A reunião, apesar de não apresentar nenhum avanço, foi o primeiro espaço aberto pelo governo federal, que até então vinha esquivando-se, para o recebimento das demandas dos servidores, e, nela, foi reafirmado, pelos dirigentes sindicais, o posicionamento pela necessidade de abertura de uma mesa de negociação permanente para debater a recomposição salarial, prioritariamente.

De acordo com a presidenta da ADUFPel, Regiana Wille, esta conversa inicial reforça a necessidade de dar continuidade à mobilização e torná-la ainda mais forte. “A construção de um movimento serve para demonstrar que nós não estamos parados, que estamos em movimento, porque, enquanto ficarmos alheios e cuidando individualmente do nosso trabalho, o mercado vai tomando conta da educação, da saúde e principalmente do serviço público”. 

A professora também apontou que a luta deve ser coletiva e pelo reconhecimento dos serviços e servidores públicos. “Quando nós falamos em recomposição salarial, em mobilização, falamos de valorização dos serviços que a gente presta para toda a população”. 

Encaminhamentos

Após discussão, os e as docentes aprovaram, em bloco, por unanimidade, os seguintes itens:

1. Manter o indicativo de greve, sem data, e ampliar o esforço de mobilização; 

2. Atuar na agenda de atividades proposta pelo Fonasefe (confira abaixo);  

3. Chamar a Comissão Local de Mobilização, conforme deliberação da última Assembleia, nos primeiros dias de abril e protocolar a pauta local na Reitoria;

4. Convocar nova sessão da Assembleia Geral Permanente da ADUFPel no período indicado pelo ANDES-SN, de 11 a 14 de abril, para nova rodada nacional de AGs em acompanhamento às audiências com o governo.

Agenda de lutas do Fonasefe

29, 30 e 31 de março: Jornada de Luta no Distrito Federal, com caravanas de base de todo Brasil.

30 de março: Ocupa Brasília.

1º de abril: Ato pelas Liberdades Democráticas: Ditadura Nunca Mais, convocado pelo ANDES-SN, na cidade de Porto Alegre.

7 de abril: Atos em todo o país pelo Dia Mundial da Saúde.

9 de abril: Dia de Mobilização da Campanha Salarial dos SPF e pelo Fora Bolsonaro, organizado pelo Comando Nacional de Lutas, agregando aquelas datas que serão apontadas no Congresso do ANDES-SN). 

Assessoria ADUFPel