Comunidade da UFPel encaminha mobilização contra a privatização das universidades e participação na Greve da Educação
Após o término da reunião chamada pela reitoria da UFPel, no fim da tarde de ontem (18), a comunidade acadêmica, convocada pela ADUFPel-SSind, pelo ASUFPel-Sindicato e pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), reuniu-se em Assembleia Geral para debater o projeto de privatização das universidades, "Future-se", e para encaminhar a Greve Nacional da Educação que ocorrerá em 13 de agosto. A atividade ocorreu também no auditório do campus II da Universidade e contou com a participação de cerca de 200 pessoas, entre docentes, técnico-administrativos e estudantes.
Por cerca de uma hora, a comunidade discutiu as implicações do projeto na UFPel e deliberou por participar da Greve Nacional da Educação. Além disso, o Comando Local de Mobilização convocou uma reunião com as três entidades para segunda-feira (22), às 14h, na sede do ASUFPel-Sindicato, para organizar e fortalecer a mobilização.
Na avaliação da presidenta da ADUFPel-SSind, Celeste Pereira, a Assembleia da Comunidade teve resultado positivo, pois, além de aprovar a participação da comunidade universitária na Greve Geral do dia 13, estabeleceu uma comissão de mobilização que, a partir de uma série de ações, pretende “trazer para dentro da universidade um debate mais aprofundado sobre o projeto Future-se, mas também colocar esse debate para a comunidade pelotense como um todo, que também está implicada com o destino da universidade”.
A presidenta da entidade também ressalta o caráter perverso do programa, que “caminha para a efetiva privatização da universidade” e o considera “uma interferência brutal na universidade pública”. Ainda, destaca que “outro elemento importante é o fato de em nenhum momento citar qualquer questão em relação aos técnico-administrativos da universidade, o que nos encaminha a pensar que a perspectiva é de terceirização, não somente dos setores de segurança e de limpeza, mas de todo o setor administrativo da universidade”.
Reunião com a reitoria da UFPel
Antes da assembleia, o reitor Pedro Hallal apresentou alguns pontos do projeto em entrevista coletiva à imprensa e em reunião com a comunidade. Ele elencou aspectos que considera negativos, como a falta de aprofundamento teórico; o viés econômico; a diminuição gradativa do papel do Estado no financiamento da educação superior no país e a privatização, via Organização Social (OS), da gestão.
Hallal afirmou que a decisão de aderir ao programa não cabe à reitoria nem ao Conselho Universitário (Consun), mas à comunidade.O reitor defendeu a realização de um plebiscito antes que uma resposta seja dada ao governo. Também, afirmou ser a favor de que todos participem da consulta pública sobre o projeto, que já foi disponibilizada pelo governo.
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Assessoria ADUFPel