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Final de semana em Pelotas é marcado pela luta das mulheres

Centenas de mulheres saíram às ruas de Pelotas para protestar por seus direitos no 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. As manifestações tiveram início no sábado (7), com uma Marcha pelo centro da cidade, e continuaram no domingo (8) com a ocupação do Altar da Pátria. No município, desta vez, estão previstas atividades que se estenderão de 5 a 26 de março

Perto das 10h do sábado, começou a concentração da Marcha, no Chafariz do Calçadão. Lá, foram expostas em um varal fotos marcantes das lutas das mulheres. Muitos transeuntes se interessaram pelas imagens e pararam para prestar atenção na manifestação. Aos poucos, a concentração foi se enchendo de mulheres, com batuques, cartazes e muitas reivindicações.

Ao meio-dia, aconteceu a Marcha, mesmo debaixo de forte sol. As mulheres pelotenses caminharam pelo Calçadão até o Café Aquarius, onde pararam para lembrar os muitos casos de violência contra a mulher que por lá já ocorreram. Depois, seguiram pela rua Quinze de Novembro por mais algumas quadras. A cada música ou palavra de ordem, as manifestantes recebiam apoio de mulheres nas calçadas e nas janelas em volta. A Marcha deu meia-volta na Andrade Neves, e voltou ao Calçadão, onde foi encerrada já no início da tarde.

Já no domingo, as mulheres realizaram a ocupação do Altar da Pátria, na avenida Bento Gonçalves, a partir das 14h, para expor a importância da luta. Por lá foram realizadas oficinas de stencil e de percussão e, no fim da tarde, foi estendida a bandeira do movimento feminista, construída durante a tarde, sob canto e palavras de ordem como “Lugar de mulher é onde ela quiser!”, “Mulher bonita é a que luta!” e “Fora Bolsonaro!”. 

O 8M de 2020 teve como pautas centrais: justiça por Marielle Franco; contra as políticas de extermínio dos direitos; contra a violência de gênero e o machismo; em defesa do meio ambiente, da Amazônia e dos povos originários; Fora Bolsonaro; entre outras. A mobilização foi construída, em Pelotas, por coletivos e entidades sociais e sindicais, entre elas a ADUFPel-SSind. 

Mulheres contra a retirada de direitos 

Isabella Filippini, que integra a coordenação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher como representante do PCB e milita no Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, afirmou que os atos tiveram como objetivo ocupar as ruas em defesa dos direitos, pela vida das mulheres e contra o fascismo, já que “estamos vivendo um momento em que transcorre uma intensa retirada de direitos da classe trabalhadora por parte desse governo fascista e ultraliberal de Bolsonaro e Mourão”. 

A militante relembrou que as mulheres trabalhadoras são as mais afetadas neste momento, por ocuparem os postos de trabalho mais precarizados e porque são responsáveis pelos cuidados da família e dos filhos. Além disso, as mulheres, em especial, as mulheres negras, estão entre as mais afetadas com as Contrarreformas da Previdência e Trabalhista, com a Emenda Constitucional que congela os investimentos em saúde e educação e com o desmonte da Seguridade Social. Para ela, “todos esses direitos foram conquistados através de muita luta e a luta é a resposta necessária para resistir a esses ataques e avançar na construção de uma outra sociedade livre de opressões”. afirmou. 

A docente de Licenciatura em Música da UFPel e integrante do Conselho de Representantes da ADUFPel, Regiana Blank Wille, ressaltou a importância da presença de professoras e professores na manifestação. “É uma forma da gente, como mulheres, como professores e trabalhadores, manifestar, democraticamente, a luta pelos nossos direitos, que estão sendo retirados pouco a pouco. É de extrema importância que a gente esteja aqui presente para mostrar que a gente não vai deixar que as coisas aconteçam de qualquer forma, mas que a gente vai à luta e vai tentar mudar as coisas”, apontou. 

A caminhada das mulheres negras em Pelotas 

A Mestre Griô Sirley Amaro, carnavalesca, costureira e contadora de histórias, conhecida por sua contribuição para a preservação da cultura negra em Pelotas, também participou das atividades. Em entrevista para a ADUFPel, disse que o “movimento das mulheres trazem força para a defesa da violência contra a mulher” e falou sobre a importância da ocupação, de mulheres negras, em postos de trabalho. 

Filha da classe operária, ela conta que, quando nova, tinha o sonho de ser “professora de Ginástica”, influenciada por mulheres negras que, na época, começavam a ocupar cargos docentes. Segundo a Mestre, ela conta essa história para exaltar que a caminhada do comércio e dos postos de trabalho de Pelotas faz parte da caminhada da população negra também.  

Assessoria ADUFPel

Fotos: Assessoria ADUFPel e Luiz Henrique Schuch

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