Assembleia da ADUFPel reforça posição contra retorno presencial sem vacina e encaminha ações
Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG estiveram reunidos virtualmente, no final da tarde desta segunda-feira, 1º de março, em Assembleia Geral (AG) Permanente da ADUFPel, para debater assuntos relacionados às demandas da categoria, à greve sanitária e ao ensino híbrido. As discussões resultaram em uma série de encaminhamentos que, de forma geral, reiteraram o posicionamento da categoria por ampliação do diálogo com a reitoria e contra o retorno presencial sem vacina para todos.
No último encontro, foi aprovada, por unanimidade, mobilização para greve sanitária. A decisão foi levada à reunião dos Setores do ANDES-SN pela presidente da ADUFPel, Celeste Pereira, que, nos minutos iniciais da AG, informou sobre seus encaminhamentos.
Segundo a docente, o cenário atual é dramático. Há dificuldade de acesso às vacinas e mais um conjunto de ataques postos aos servidores públicos em geral, em especial à categoria docente do ensino superior. Por conta disso, o Sindicato Nacional tem reforçado a necessidade de ampliação dos debates da categoria em sua base, que apontem para a construção da greve sanitária.
Pereira também comunicou que a vacinação foi outro assunto pautado pelos Setores. De acordo com ela, o ANDES-SN trabalha na lógica de vacinação para todos e todas, pois entende que é fundamental pensar na saúde da população como um todo. “Não é possível retornar às atividades presenciais sem a proteção necessária e, para isso, não basta ter álcool e máscara, há outros elementos necessários para que esse retorno se efetive, que abarca a vacinação”.
Retorno às aulas e outras demandas da categoria
Outro ponto da pauta envolveu as demandas da categoria. Os itens discutidos na audiência com a reitoria, ocorrida na última sexta-feira (26), nortearam o debate que se desenrolou durante a Assembleia, com destaque para o documento de demandas apresentado ainda em 2020, a intervenção na UFPel, o ensino híbrido e a cobrança de informações pela Controladoria Geral da União (CGU) de docentes que não ofertaram disciplina em 2020.
Pereira salientou que a reitoria, na ocasião, havia se comprometido em empenhar-se a responder o documento de demandas, porém até a data da Assembleia nenhuma resposta a respeito foi dada. Além disso, ressaltou que a diretoria foi surpreendida com o anúncio, em um vídeo lançado pela gestão da UFPel, em que aponta o retorno das aulas presenciais em maio de 2021, o que contradiz a própria Instrução Normativa e o posicionamento durante a reunião com a ADUFPel.
Na sexta, a reitoria informou que embora esteja discutindo o semestre híbrido, ainda não sabe se seria viável e explicou que uma comissão permanente foi constituída no Cocepe para a avaliação das disciplinas práticas presenciais enquanto houver pandemia. O planejamento era de que em março as unidades, que necessitem, comecem a pensar na estrutura para o retorno.
A declaração da administração da Universidade, no vídeo publicado um dia após a reunião, ocasionou surpresa, apreensão e uma série de dúvidas postas durante as intervenções. Os docentes defendem que a tomada de decisões deve passar por debate entre as três categorias representativas, de forma que o posicionamento sobre o assunto seja expressado pela maioria, de maneira mais transparente possível.
Dessa forma, a Assembleia, por unanimidade, deliberou por:
- reiterar a necessidade de resposta ao documento de demandas;
- cobrar a reitoria sobre o processo político de tomada de decisões acerca do retorno presencial;
- reafirmar a posição de que não há condições de retorno presencial sem vacina para todos;
- reforçar a indicação de construir a greve sanitária/humanitária;
- reforçar o compromisso social com a luta por vacina para todos;
- ampliar o diálogo com os colegas e a comunicação com as demais organizações dos trabalhadores e com a base social, em especial da região, no sentido de gerar movimento em defesa da vida, dos serviços públicos, e dos direitos da população como a renda básica;
- realizar mobilização em conjunto com ASUFPel e DCE para resistir às imposições que têm brotado da cúpula administrativa da UFPel sobre o retorno presencial.
Outros assuntos
Por conta do teto estipulado e por haver itens ainda a serem discutidos, a Assembleia aprovou remeter, para nova sessão, o debate sobre o retorno da reitoria em relação às demandas da categoria, a escolha de delegados e observadores do 11º Conad Extraordinário do ANDES-SN e as eleições da ADUFPel, biênio 2021-2023.
Assessoria ADUFPel